A ordem do mundo e o homem: estudos sobre metafísica e moral em Voltaire

Autor
Rodrigo Brandão
Ano
2009
Resumo / Abstract

O presente trabalho visa compreender a relação entre a ordem do mundo e o homem nas obras de Voltaire, ou seja, elucidar a posição e condição do homem num mundo ordenado por leis e a compreensão desse mundo do ponto de vista humano. Para tanto se enfrentou os temas que tal relação oferecia ao autor: a liberdade e a necessidade, o destino, a providência e o mal. Estes tópicos, como se sabe, constituem os assuntos tradicionais da teodicéia, de sorte que o presente trabalho é concebido também como a elucidação da leitura crítica de Voltaire do otimismo filosófico.

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Filosofia

As razões da política: humanistas e barbárie em Giambattista Vico

Autor
Sertório de Amorim e Silva Neto
Ano
2010
Resumo / Abstract

Demonstrou-se o entrecruzamento de teoria social e teoria do conhecimento na filosofia de Giambattista Vico, trama que evidencia a reconciliação humanismo-modernidade, o que foi nomeado na tese humanismo tardio. Esta lógica é o norte do pensamento expresso na Scienza nuova (1744). Não obstante, desejou-se investigar o modo como o tema se desenhou nos textos anteriores, sobremaneira na Oração Inaugural de 1709, De nostri temporis studiorum ratione, e no livro metafísico de 1710, De antiquissima italorum sapientia. No livro de 1710 foram estudados os conceitos de verdade e de ciência, bem como a metafísica do conatus de Vico. Já na Oração, interpelamos os aspectos gerais de uma filosofia que reconhece o risco da corrupção política e o valor dos studia humanitatis para a prudência e a virtude civil das nações. Nesses dois escritos e nessas duas esferas específicas de questões (do conhecimento e da política) foram investigadas as estruturas da filosofia madura celebrizada na última Scienza nuova.

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Filosofia

Linguagem e Práxis: Vico e a crítica à concepção cartesiana da linguagem

Autor
Antonio Jose Pereira Filho
Ano
2010
Resumo / Abstract

Pretende-se mostrar, neste trabalho, como as relações entre linguagem e práxis formam o núcleo do projeto filosófico de Giambattista Vico. Trata-se de um projeto complexo e que se realiza em diferentes momentos a partir de um confronto com a concepção mentalista da linguagem. Vico identifica no método de Descartes e no logicismo de Port-Royal, no assim chamado cartesianismo lingüístico, uma concepção extremamente redutora que põe em segundo plano a dimensão social e expressiva dos fenômenos da linguagem. Nosso objetivo é reconstituir os principais momentos do projeto de Vico (o que faremos através de uma leitura das primeiras obras do filósofo) e como ele se configura na Ciência Nova, sobretudo na sua última edição (de 1744). Com isso, pretende-se mostrar o que há de novo na perspectiva de Vico frente à tradição filosófica da qual ele procura se destacar e, assim, indicar o lugar preciso ocupado pelo filósofo italiano no que concerne aos estudos da linguagem. Nesse sentido, gostaríamos de defender aqui a tese de que o núcleo do projeto de Giambattista Vico consiste no novo tipo de relação que o filósofo estabelece entre os desdobramentos lingüísticos, as modificações (modificazioni) da mente e das instituições humanas. Veremos que a inteligibilidade desse processo passa pela elaboração de um novo método ou nova arte crítica que, levando em conta uma concepção da linguagem mais complexa que a do cartesianismo lingüístico, torna visível como o mundo das instituições humanas foi construído, como ele se desenvolve e como ele opera ao longo do tempo.

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Linguagem e Práxis: Vico e a crítica à concepção cartesiana da linguagem

Autor
Antonio Jose Pereira Filho
Ano
2010
Resumo / Abstract

Pretende-se mostrar, neste trabalho, como as relações entre linguagem e práxis formam o núcleo do projeto filosófico de Giambattista Vico. Trata-se de um projeto complexo e que se realiza em diferentes momentos a partir de um confronto com a concepção mentalista da linguagem. Vico identifica no método de Descartes e no logicismo de Port-Royal, no assim chamado cartesianismo lingüístico, uma concepção extremamente redutora que põe em segundo plano a dimensão social e expressiva dos fenômenos da linguagem. Nosso objetivo é reconstituir os principais momentos do projeto de Vico (o que faremos através de uma leitura das primeiras obras do filósofo) e como ele se configura na Ciência Nova, sobretudo na sua última edição (de 1744). Com isso, pretende-se mostrar o que há de novo na perspectiva de Vico frente à tradição filosófica da qual ele procura se destacar e, assim, indicar o lugar preciso ocupado pelo filósofo italiano no que concerne aos estudos da linguagem. Nesse sentido, gostaríamos de defender aqui a tese de que o núcleo do projeto de Giambattista Vico consiste no novo tipo de relação que o filósofo estabelece entre os desdobramentos lingüísticos, as modificações (modificazioni) da mente e das instituições humanas. Veremos que a inteligibilidade desse processo passa pela elaboração de um novo método ou nova arte crítica que, levando em conta uma concepção da linguagem mais complexa que a do cartesianismo lingüístico, torna visível como o mundo das instituições humanas foi construído, como ele se desenvolve e como ele opera ao longo do tempo.

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A pluralidade da verdade em Erasmo

Autor
Sílvio Lúcio Franco Nassaro
Ano
2010
Resumo / Abstract

Há uma tradição platônica entre os grandes leitores da obra de Erasmo de Rotterdam, o Príncipe dos Humanistas, que se concentra sobre a cuidadosa síntese feita pelo mestre para superar a ruptura entre fé e razão, através da compatibilização da erudição pagã à cristã em uma mesma doutrina que significasse, na polifônica Europa renascentista, uma urgente unidade da verdade nada menos do que o componente estabilizador do amálgama grecoromano, judaico-cristão que hoje define o Ocidente. Em efeito, no Livro dos Antibárbaros, que editou em 1521, a cisão entre fé e razão provocada pelas especulações dos próprios escolásticos é superada por uma solução média entre a noção hebraica de uma divindade arbitrária e a noção grega de deuses inseridos na natureza e suas leis; as histórias grega, judaica e cristã são unificadas pela busca do Sumo Bem; as várias escolas filosóficas e correntes teológicas são reunidas em uma Philosophia Christi; o conhecimento divino e o conhecimento humano são reafirmados como pertencentes à mesma unidade, à mesma natureza e fundados na mesma razão; o conhecimento humano pode ascender gradativamente dos assuntos dos homens aos divinos; os Studia Humanitatis são necessários para a verdadeira evangelização e a correta interpretação da Bíblia e as disciplinas pagãs são assimiladas como descobertas inspiradas pela Divina Providência para a utilidade dos cristãos. No entanto, persistentes leituras da imensa obra de Erasmo abrem um horizonte onde se elevam inúmeros outros temas povoados por argumentos que podem ser agrupados em antíteses desconcertantes, o que dificulta seu tratamento ainda em termos platônicos. Já uma reflexão sobre a escrita erasmiana, a partir das concepções aristotélicas presentes na Retórica, tomadas como reconhecimento e explicação da autonomia e legitimidade da dedução retórica frente à dedução científica e dialética, permite que nos afastemos do cânon da leitura platonizante desta escrita. Como resultado, esta nova reflexão se vê livre para entendê-la não como um discurso irrefutável e imposto por longo exercício dialético, mas como um tecido de argumentos verossímeis, colhidos em uma miríade de fontes, agenciados com eloquência e capazes de constituir o que aparece como unidade totalizante, o efeito de unidade em meio à pluralidade da verdade em que de fato respiram os discursos retóricos. Escrita que almeja para seu autor a glória de obter em geral o assentimento rápido e espontâneo de seus leitores postulando um saber que é, sobretudo, uma pacificação sem armas. De fato, a solução aristotélica, ao reconhecer um status científico para a retórica e superar a complexa comparação e outras especulações indevidas, especialmente entre a retórica e a filosofia, propõe ricas e novas abordagens. Esta solução insere a arte oratória e seus efetivos discursos no quadro histórico das disputas entre os homens, que sob leis isonômicas, e em busca da glória devem agir pela palavra, e no quadro social das deliberações públicas, em que o saber retórico pode ser visto como resultado de um procedimento heurístico reiterado por gerações de retóricos e de um dinamismo uma mútua determinação entre um saber proposto pelo orador e outro detido pelo auditório e entre saberes de oradores concorrentes. Ambos os quadros convidam então a uma análise, respectivamente, da gênese e da natureza da escrita erasmiana a partir de uma perspectiva política.

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Filosofia

Hobbes e a reciprocidade. Uma investigação sobre a relevância da regra de ouro das leis naturais na teoria política hobbesiana

Autor
Marcelo Gross Villanova
Ano
2010
Resumo / Abstract

Base da postulação da comunidade política, as leis naturais são resumidas por duas frases, faça aos outros o que gostaria que fizessem a si e a outra não faça aos outros o que gostaria que não fizessem a ti. Hobbes denomina essa síntese das leis naturais de princípio de reciprocidade. Fora essas duas frases, Hobbes não apresenta maiores esclarecimentos quanto ao seu significado. A presente pesquisa pretende refletir sobre a teoria política hobbesiana a partir da problematização do sentido do princípio de reciprocidade, colocando em evidência algo que não está bem explicado e que não ocupa um lugar de pouca importância na sua teoria política. Na literatura crítica é bem conhecida a controvérsia a respeito do papel das leis naturais, da relação entre as leis naturais e leis civis, do direito de resistência, do direito de punir, silêncio das leis. Reflete-se sobre essas e outras questões tendo em vista a perspectiva da elucidação do princípio de reciprocidade. Ainda que situar adequadamente o locus conceitual das dificuldades não seja uma garantia de resolução dos problemas teóricos da formulação hobbesiana, pode-se obter um ganho no sentido de melhorar o trato com essas dificuldades.

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Filosofia

Essa mistura terrena grosseira: filosofia e vida comum em David Hume

Autor
Marcos Ribeiro Balieiro
Ano
2010
Resumo / Abstract

Ainda que muitos trabalhos tenham sido escritos sobre a filosofia de David Hume, é bastante raro vermos comentários sobre o que seria, para ele, a própria filosofia. Na maior parte das vezes, os intérpretes da obra desse filósofo limitam a caracterizá-lo como cético, naturalista, realista, sentimentalista, entre outras categorias. Entretanto, falta-lhes, comumente, uma preocupação real em julgar as teses de Hume à luz daquilo que poderia ser considerado a sua concepção de filosofia. O que pretendemos com este trabalho é justamente indicar uma forma de lidar com os textos de Hume que permita iniciar uma discussão aprofundada da concepção que ele próprio tinha da atividade filosófica. Para isso, trataremos principalmente dos textos em que o autor discute especificamente esse tema, além de recorrer, quando isso se mostrar necessário, a outros aspectos da filosofia humiana. O resultado será uma leitura em que a filosofia é considerada como bastante próxima da vida comum, já que Hume se esforça consideravelmente para representar o filósofo um ser essencialmente social, cujas investigações são pautadas por uma experiência que ele compartilha com o vulgo. Além disso, veremos que, nos textos posteriores ao Tratado da natureza humana, Hume considerou a filosofia não como algo que deveria ficar restrito às universidades, mas como uma ferramenta poderosa de formação moral para o homem comum.

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Filosofia

Entre o direito e a história: a concepção de legislador em Rousseau

Autor
Ricardo Monteagudo
Ano
1998
Resumo / Abstract

Este trabalho pretende analisar os diversos significados que a noção de legislador admite no Contrato Social de Jean-Jacques Rousseau. A primeira parte discute a evolução, na obra anterior, de alguns pressupostos contidos no Contrato Social: a realidade da vontade geral e a singularidade de corpos morais. A partir daí, a segunda parte problematiza alguns aspectos da definição de legislador no livro II do Contrato. O objetivo é mostrar que, conceitualmente, o legislador representa a autoconsciência de um corpo moral e com a passagem do tempo ("fluxo contínuo de relações"), a própria história de uma associação. Por isso, o legislador manifesta a passagem do nível conceitual para o nível histórico, dos paradoxos do dever ser para as contradições do ser. Por outro lado, historicamente, quando o legislador entra em ação, ele é militante da liberdade e da legitimidade contra a licenciosidade e a tirania, e com isso é preciso delimitar as condições que evitam que seu poder de ação se torne arbitrário ou tirânico. Figura anti-platônica por excelência, pois nasce com a aparência para dirimir os males da própria aparência, o legislador é expresso sob o signo do paradoxo conceitual e da contradição histórica.

 


 

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Poder e legitimidade em Maquiavel: como fazer um Princípe novo parecer antigo

Autor
Patrícia Fontoura Aranovich
Ano
1998
Resumo / Abstract

O objetivo deste trabalho é estudar a questão da legitimidade do poder em Maquiavel, tendo como centro o principado novo. Assim, pela compreensão de como se realiza a inserção do principado novo na teoria de Maquiavel, por meio da análise de sua concepção de história, podemos entender a natureza da legitimidade neste tipo de principado. Para tanto, partimos da discussão do papel da história para Maquiavel, pelo exame dos pressupostos que fundamentam sua concepção. A partir disso,procedemos a divisão dos dois sentidos pelos quais a história pode ser compreendida em sua aplicação ao político: no que se refere à história dos Estados e no que se refere aos períodos singulares, nos quais os homens podem inscrever suas ações.Por este último sentido chegamos à possibilidade da aplicação política do conhecimento histórico e à questão da fundação do Estado. A ligação entre fundação e legitimidade se faz pela utilização da análise de três gêneros de principado em função da legitimidade (principado hereditário, principado eclesiástico, principado civil). Chegamos assim ao principado novo e ao modo pelo qual se estabelecem seus fundamentos. Desta maneira, analisamos a questão da fundação do Estado como obra de um único homem e os meios de instituição dos fundamentos do Estado. A seguir, pela compreensão da legitimidade como construção, analisamos os mecanismos pelos quais se torna possível ao príncipe realizá-la

 


 

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Opinião pública e obediência civil na filosofia de Hobbes

Autor
Yara Adario Frateschi
Ano
1999
Resumo / Abstract

Esta dissertação trata da maneira como Hobbes expõe em sua filosofia política a importância da conformidade das opiniões dos súditos com a obediência civil. O primeiro capítulo incide sobre a relação entre as ações e as opiniões dos homens. Veremos de que modo as ações derivam das opiniões e por que a formação destas últimas é um aspecto fundamental da tarefa do soberano civil. Procuramos traçar, em primeiro lugar, os pontos comuns relativos à esta questão nas três obras políticas de Hobbes: no Elemento da Lei, no Do Cidadão e no Leviatã. Em seguida, mencionamos alguns aspectos que diferenciam o Leviatã das obras anteriores. O segundo capítulo versa sobre a crítica feita por Hobbes à dominação das opiniões dos súditos exercida pelo clero em um Estado cristão. Para isto nos ateremos às terceira e quarta partes do Leviatã. Veremos, em primeiro lugar, quais são as doutrinas do clero prejudiciais para a paz. Em segundo lugar, veremos como Hobbes as combate e quais são as soluções por ele apresentadas para evitar que o clero estabeleça o controle das opiniões dos súditos desviando-os da obediência civil. Finalmente, no terceiro capítulo procuramos mostrar que a popularização das questões políticas ocorridas ao longo da década de quarenta é um fator que deve ser levado em conta quando nos perguntamos sobre as razões de algumas diferenças operadas no Leviatã em relação às obras políticas anteriores. A intensa preocupação com a formação das opiniões dos súditos em geral, a  expectativa de ampliação da audiência e a aceitação e emprego da eloqüência - característicos do Leviatã - devem ser vistos à luz da efervescência política e intelectual ocorrida durante os anos que separam o Leviatã do Elementos da Lei e do Do Cidadão.

 


 

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