A rede “Universos Abertos à Imaginação, à Fantasia e às Artes da Invenção” (UAIFAI) é uma plataforma de inovação pedagógica cidadã voltada à promoção de pesquisa e projetos de edugamificação aberta e colaborativa associada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) com aceleração da inclusão social e produtiva por tecnologias avançadas e disruptivas em sistemas de informação, comunicação social, aprendizagem coletiva e cuidados com patrimônios, legados e memórias.
Entende-se por “edugamificação” a emergência de novas modalidades de “educomunicação” sob o impacto da atual transformação econômica e política orientada pela reprodução, acumulação e criação de ícones digitais. A geração de valor passou a depender da performance individual e coletiva em espaços e tempos condicionados pelas dimensões audiovisual,  interativa, imersiva, lúdica e virtual da transformação digital contemporânea, com demandas e expectativas de geração de inovações tanto incrementais quanto disruptivas. No limite, a transformação digital contemporânea coloca em questão a própria definição de “humanidade” e “direitos”.
Esse processo de “gamificação” altera os padrões históricos de educação e formação profissional, com fortes impactos sobre os potenciais de geração de emprego, renda, investimento e desenvolvimento humano, exigindo novos modelos de formação de competências adequadas à vida digital e sua temporalidade aberta.
As competências necessárias convidam à promoção da “edugamificação”, na medida em que os novos espaços e as estratégias pedagógicas prevalentes são fortemente dependentes de literacias audiovisuais com níveis inéditos de automação, padronização e desenvolvimento de realidades imersivas a partir de sistemas de inteligência artificial e virtualização das cadeias produtivas.
O grupo de pesquisa/plataforma/rede UAIFAI é integrada por três níveis: 1) o nível fundamental é o grupo de pesquisa transdisciplinar no IEA, com foco na importância das dimensões criativas das novas tecnologias e seus impactos em todas as áreas do conhecimento; os outros dois níveis associados à pesquisa são 2) uma infraestrutura para projetos-piloto de desenvolvimento local a partir de modelos pedagógicos inovadores com uso intensivo de meios e processos audiovisuais e 3) um terceiro nível que corresponde às atividades de disseminação transmídia  a partir da  produção de conteúdos virtuais e presenciais em rede nos pólos locais (“hubs audiovisuais inteligentes: HAIs).
O modelo proposto ao IEA é assim integrado por Pesquisa, Ação e Difusão (PAD) e alimentado por um movimento do tipo “hélice tripla” (triple helix), de tal sorte que a rede é organizada como “pesquisa-ação-difusão” em processos híbridos e multissetoriais com participação dos setores público, privado e sem fins lucrativos.
A dimensão da “difusão híbrida” ou “radiodifusão e streaming” em benefício da educação, da ciência e da tecnologia, da cidadania e da sustentabilidade passa a existir como projeto de dois anos (2024-2026, com possível renovação para mais dois anos (2027-2028).
Audiências semestrais serão organizadas para prestação de contas, debate público sobre os resultados e abertura de oportunidades para adesão e expansão da rede UAIFAI e todos os grupos e redes associadas.
O grupo de pesquisa, a base produtiva de conteúdo e as prática de difusão serão intensivamente direcionadas para processos estruturados de ensino-aprendizagem a partir do 9o. Ano do Ensino Fundamental até a supervisão de pós-doutoramentos, projetos temáticos, formação continuada, EAD e outras formas inovadoras de formação e certificação em parceria com a USP e outras entidades nacionais e internacionais.
Essa é uma camada transversal de formação continuada que atravessa oportunidades, eventos e projetos nas áreas de pesquisa, produção e difusão, configurando uma matriz com acessos e interfaces diferenciadas de acordo com perfis de idade, gênero, etnia, condição civil e biopolítica (refugiados, exilados, sem-teto, populações prisionais, pacientes em hospitais e outras redes de atendimento, pessoas com deficiências e diversidades cognitivas e físicas) buscando ampliar a diversidade, a representatividade e a coletividade inerentes ao espírito da rede UAIFAI.

Finanças e Moedas Criativas na Transformação Digital

A experimentação com novos modelos de financiamento digital (NFTs, EFTs, tokens,criptomoedas e inovações no horizonte da blockchain para créditos e fintechs de impacto social e ambiental) será também uma oportunidade de ampliação das fontes de financiamento e custeio de iniciativas da rede UAIFAI.
Trata-se de enquadrar a transformação financeira digital nos marcos de uma proposta de desenvolvimento voltada à profissionalização, geração de emprego e renda, assim como novas formas de apoio ao empreendedorismo criativo inclusivo.
A Teoria da Mudança implícita coloca em termos práticos toda a organização da rede a serviço de um objetivo estruturante e fundamental: a geração de emprego, renda e identidade na economia dos ícones digitais ou “iconomia”.

*Áreas do conhecimento: Interdisciplinar e transdisciplinar com predominância de ciências sociais aplicadas, artes e humanidades alinhadas a desafios nas engenharias, na medicina social, na saúde pública e nas ciências ambientais.

*Palavras-chave: Digitalização, desenvolvimento local, inclusão social, emancipação digital, diversidade, sustentabilidade, gestão do conhecimento, iconomia, gamificação, cidades globais, cidade do conhecimento, inteligência lúdica, monetização, produção audiovisual, edugamificação.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

A plataforma/rede/grupo de pesquisa UAIFAI destaca o Trabalho Decente e o Crescimento Econômico no horizonte estratégico. Numa dimensão multissetorial, as atividades encontram afinidade com os seguintes ODS:

  1. Erradicação da pobreza pela aceleração de processos de ensino-aprendizagem voltados à emancipação digital,
  2. Saúde e Bem-Estar pela parceria com o combate a “fake news” e negacionismo no campo da saúde e preocupação específica com os impactos da vida digital sobre a saúde mental e física de crianças e adolescentes consumidores intensivos de mídias digitais,
  3. Educação de Qualidade pela utilização intensiva de formatos inovadores de ensino aprendizagem tais como game jams, hackathons, bootcamps, podcasts e práticas de escuta colaborativa que favoreçam o multiletramento e a interdisciplinaridade na educação por projetos de alfabetização tecnológica, especialmente dos meios de produção e difusão
  4. Igualdade de Gênero pela promoção ativa da participação feminina nas áreas de alto impacto inovador em artes, humanidades e direitos humanos,
  5. Indústria, Inovação e Infraestrutura pelo estímulo à formação de redes em que a transferência de tecnologia tenha papel central no extensionismo, tanto para apoio a políticas públicas quanto no fomento a formas de empreendedorismo inovador, sustentável e transversal 
  6. Redução das desigualdades pela ampliação expressiva de atividades de captação e financiamento a projetos inovadoras, com ênfase nos modelos de “moedas criativas” pesquisadas no Programa Sabático em 2017 e que ganham notoriedade com a própria evolução do marco legal da economia monetária digital no Brasil, assim como pela gradua regulamentação de mercados de conversão de créditos e carbono e sociais, fundos setoriais (especialmente no audiovisual) e marketing de causas, fundos de fomento para a indução e desenvolvimento da Economia Criativa.
  7. Consumo e Produção Responsáveis, especialmente na atenção permanente às questões de saúde mental e física que afetam o hiperconsumo de interfaces, mídias e processos de digitalização da vida, colocando em primeiro plano temas como dependências comportamentais e outros distúrbios associados ao consumo de produtos e serviços digitais (especialmente no campo da alimentação, em parceria com a rede Sustentarea da Faculdade de Saúde Pública da USP),
  8. Paz, Justiça e Instituições Eficazes, por meio da gamificação da agenda de “educação para a justiça”, já em curso em parceria com a “United Nations Office on Drugs and Crime” (UNODC) e a disseminação do jogo “Purposyum, Desafios da Justiça”, desenvolvido pela Cidade do Conhecimento em parceria com a Reitoria da USP (5 mil jogos impressos cuja distribuição foi interrompida pela pandemia de Covid)
  9. Parcerias e Meios de Implementação pelo conceito de “universos abertos” ou “Multiversos” digitais, em que os metaversos e demais interfaces digitais subordinam-se a projetos de ampliação, adensamento e apoio a redes de redes intersetoriais, colocando em primeiro plano a relação entre pesquisa e extensionismo, em especial o extensionismo voltado a relações internacionais,
  10. Ação contra a Mudança Global no Clima, associada à promoção do consumo saudável de mídias digitais, tanto do ponto de vista da saúde mental quanto de outras dependências comportamentais associadas ao hiperconsumo, sedentarismo e dificuldades de socialização derivadas do período de isolamento que caracterizou o período de “lockdown” (2020-2022).