Inscrições: de 04 de junho, às 9h até 08 de junho de 2018, às 19h.
Título da pesquisa: Norbert Elias e Sigmund Freud: diálogos entre Psicanálise e Sociologia
Pós-doutorando: André Oliveira Costa - link lattes: http://lattes.cnpq.br/4855773886868544
Supervisão: Prof. Dr. Paulo César Endo
Bolsa: FAPESP
Resumo: A articulação entre a obra do sociólogo Norbert Elias e a teoria psicanalítica de Sigmund Freud é possível, não apenas pela influência de Freud de Elias, mas pela aproximação daquilo que seus pensamentos pressupõem. Quer dizer, para o sociólogo, as estruturas sociais e as estruturas da personalidade determinam-se mutuamente, assim como, para a psicanálise, não se pode pensar em um indivíduo sem considerar sua inscrição na sociedade, bem como não se pode compreender os processos sociais sem reconhecer as formas singulares que incidem sobre eles. Esta pesquisa, ao suspender a antítese que concebe os termos indivíduo e sociedade como separados e autônomos, visa sustentar a seguinte hipótese: o processo civilizador é uma operação de transmissão da cultura cuja incidência se faz sobre o corpo dos indivíduos. Parte-se da proposição de Elias sobre a noção de processo civilizador, enquanto inscrição que faz as normas e regras sociais operarem nos indivíduos na forma de autorregulação e autocontrole. Por sua vez, a teoria psicanalítica fornece o embasamento para compreender como o corpo – através do recalcamento das pulsões e dos afetos – é o elemento articulador para a transmissão da cultura. Além do mais, a partir dos aportes teóricos de Norbert Elias e Sigmund Freud, pretende-se demonstrar como esse processo de transmissão da cultura é formador de sintomas, ou seja, ele também carrega consigo o contrário daquilo que ele pretende transmitir.
Título da pesquisa: Direito à Saúde nas práticas compartilhadas
Pós-doutoranda: Selma Aparecida Chaves Nunes
Supervisão: Profa. Dra. Zilda Márcia Grícoli Iokoi
Bolsa: PNPD/CAPES
Resumo: O projeto “Direito à Saúde nas Práticas Compartilhadas” pretende desenvolver uma pesquisa sobre a reconstrução da produção de saúde no Distrito Sanitário Especial Indígena do Maranhão, principalmente as relações entre os indivíduos, nos permitindo ampliar o trabalho na saúde não apenas no tratamento, reabilitação e prevenção, mas na produção de possibilidades de vida; ou seja, a capacidade de criar novas formas de se agregar, de criar sentidos, de inventar dispositivos de valorização e autovalorização na prática de um trabalho em saúde intercultural. Direito à Saúde nas Práticas Compartilhadas desenvolver-se-á como uma investigação que se conforma com a linha de pesquisa do Programa de Pós Graduação: Humanidades, Direitos e outras Legitimidades, Gênese e Gestão de Políticas Públicas, nos seus três eixos complementares: critica as ações políticas historicamente estabelecidas ao longo do período republicano brasileiro: examinar as tendências do encaminhamento destinado às ações e práticas de atendimento público na atual ordem política coletiva e elaborar discurso crítico sobre as ações do Estado e instituições oficializadas. No percurso metodológico desta pesquisa sua principal abordagem será qualitativa, buscando algumas características que assemelhe aos estudos da “sociologia clássica”, referindo-se a estudos dos fatos sociais, com a utilização de técnicas multivariadas, tais como o uso de “método qualitativo” X “método quantitativo”. Configura-se como um suporte valioso para a compreensão deste estudo a História Oral destes atores sociais, fazendo-se necessário o deslocamento da atenção à saúde centrada no modelo biomédico e focada na doença, para um modelo de atenção, que assegure o diálogo com as práticas tradicionais de saúde desta população. Como resultado esperado da pesquisa busca-se a construção de serviços de saúde orientados para as especificidades culturais e que respeitem os saberes e práticas tradicionais dos grupos étnicos do território de saúde do DSEI Maranhão.
Título da pesquisa: Inclusão e prática pedagógica: aspectos da dança entre os corpos docentes e discentes com deficiência a partir da LDBEN 9394/96
Pós-doutoranda: Solange de Freitas Branco Lima
Supervisão: Profa. Dra. Eucenir Fredini Rocha
Resumo: A inclusão de alunos com deficiência no ambiente escolar nos remete à prática pedagógica, ou seja, a instrumentalidade do professor para desenvolver as habilidades acadêmicas do aluno que está inserido no espaço educacional. Táticas essas que, empregadas no ambiente educacional, devem não só atender esse grupo, supracitado, como também os demais alunos que estão matriculados na escola. Mesmo que o grupo de pessoas com deficiência esteja matriculado e frequentando a escola sistematicamente, isso não implica dizer que ele está incluído. Porque para o atendimento de pessoas com deficiência no ambiente escolar é necessário aplicar estratégias diferenciadas. E a maneira com que os professores percebem a inclusão no ambiente educacional pode assumir diferentes formas e ser influenciada por diversos fatores, dentre eles: a formação inicial e a intolerância. Uma prática pedagógica bem estruturada e alinhada às necessidades dos alunos promoverá o desenvolvimento de suas habilidades básicas. A inclusão e a prática pedagógica possuem conceitos que perpassam os campos do conhecimento filosófico. Nesse sentido, apropriei-me de duas metáforas para compreender e descrever esses conceitos, a saber: “a dança” e “os corpos”. A dança é a arte de movimentar-se expressivamente com o corpo. E essa expressão envolve a sua interação, muitas vezes, padronizada: na estética, nas dimensões e nas habilidades. Essa padronização, em busca da perfeição, procura os seus pares. Assim como a dança une corpos díspares, a educação deve possuir este propósito, para que os corpos docentes e discentes encontrem a sua intersecção na busca do conhecimento.