23.06.2021 - O animal que não existe: orifícios coloniais, o delírio do Nome e uma língua salivante

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https://videoconf-colibri.zoom.us/j/88415581354

 

O animal que não existe

 

Encontro temático Interseccional:

O animal que não existe: orifícios coloniais, o delírio do Nome e uma língua salivante

 

Integrando o ciclo de estudos sobre a obra “O animal que logo sou”, de Jacques Derrida, promovido pelo Grupo de Leitura Filosofia Animal (Diversitas-USP/ Grupo Praxis-CFUL), será realizado o Encontro Temático Interseccional “O animal que não existe: orifícios coloniais, o delírio do Nome e uma língua salivante”, com Carlos Cardozo Coelho (UERJ, Brasil). A atividade será online (via Zoom) e não é necessário fazer inscrição para participar.

Data: 23 de junho de 2021

Horário: 15h às 16h (GMT Brasília)

    19h às 20h (GMT Lisboa)

Acesso ao encontro

https://videoconf-colibri.zoom.us/j/88415581354

Resumo:

 “O Ocidente é desenhado como um tubo com dois orifícios: uma boca emissora de sinais públicos e um ânus impenetrável”

Paul B. Preciado

O “animal” só existe enquanto apagamento dos animais, esta é provavelmente a grande lição que o pensador franco-magrebino Jacques Derrida nos dá no seu texto “l’animal qui donc je suis” (2006). Não existe o animal em geral enquanto categoria genérica, mas o que existe são os animais em sua singular pluralidade e em sua singularidade plural: o gato, a vaca, o baiacu, a garça, o humano etc. Cada um destes animais, com suas diferenças singulares, são sempre lidos como “em privação”, seja em privação de logos, seja em privação de linguagem e de cultura, seja em privação de técnica, seja em privação de resposta e de consciência, eles são lidos com em falta na mesma medida em que suas existências incomensuráveis são medidas pela régua do Homem.

Dando continuidade ao projeto do materialismo mágico e do comunismo cosmológico desenvolvido no livro “Ontofagia, um materialismo mágico” (Rio de Janeiro: ape’ku, 2020), pretendo pensar o conceito de animal enquanto um mecanismo de dominação colonial e de produção de um tipo de violência específica: o especismo enquanto estrutura de dominação e produção de corpos e de localidades materiais.


Carlos Cardozo Coelho é professor colaborador e pós-doutor pela Pós-Graduação em Filosofia da UERJ. Bacharel, Licenciado e Mestre em Filosofia pela UFRJ. Doutor em Filosofia pela PUC-Rio (orientador: Paulo Cesar Duque-Estrada) com estágio na Universidade de Paris X sob a direção do professor Patrice Maniglier. Estuda atualmente ontologia contemporânea de uma perspectiva decolonial, pensando uma ontologia aberta aos diferentes modos de existir e às diferentes cosmologias não-ocidentais que recolocam a oposição entre os existentes humanos e os existentes não-humanos de outras formas. Autor de “Ontofagia, um materialismo mágico” (Ape'ku Editora, Rio de Janeiro, 2020), texto no qual constrói uma ontologia decolonial, de forma que as lutas e os conceitos que são propostos neste texto são inseparáveis: construir novas formas de pensar o comum para além de princípios antrópicos e dos mecanismos coloniais construídos pelo “Ocidente” através de uma bruxaria conceitual e decolonial.

 

Organização:

Grupo de Pesquisa sobre Ética e Direitos dos Animais do Diversitas – USP

Grupo Práxis do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa

 

Coordenação:

Luanda Francine Garcia da Costa – Diversitas-USP

Dirk Michael Hennrich – CFUL

 

https://diversitas.fflch.usp.br/oanimalquenaoexiste

https://cful.letras.ulisboa.pt/praxis/