A FORMAÇÃO TEÓRICA DE BUKHÁRIN E A TRANSIÇÃO NA URSS: 1906 -1921

Autor
Aparecido Francisco Bertochi
Local
Marília
Ano
2005
Idioma
Portugues
Numero de Páginas
204
Resumo / Abstract

Esta pesquisa objetiva resgatar a formação teórica e política do comunista de esquerda Nikolai Ivanovitch Bukhárin, por meio da análise de suas obras, como da consulta às  obras de Lenin, de historiadores e de comentadores, visando a compreensão do processo  de transicão direta ao comunismo na URSS, entre 1918-1921. Por meio de sua profícua  produção política Bukhárin foi um dos teóricos bolcheviques que mais contribuiu, entre    1912 até 1921, ao lado de Lenin, para o aprofundamento das questões do imperialismo,  do Estado e da transiçãoparticularmente, da soviética, no interior das correntes  marxistas contemporâneas. Foi a partir da elaboração de sua teoria sobre o im e, posteriormente, também da de Lenin, que se formaram, nas correntes marxistas  contemporâneas, as concepções atuais que embasam a compreensão teórica do  imperialismo e da globalização. Autor de teses originais e muito polêmicas, Bukhárin  foi durante boa parte de sua vida membro e um dos líderes do grupo dos comunistas de  esquerda, e esteve em frontal oposição às propostas e idéias de Lenin, em diversas  circunstâncias. Porém, isso nunca foi motivo suficiente para provocar uma ruptura  efetiva entre ambos. Mas, ao contrário, estes debates contribuíram muito para o  amadurecimento do pensamento teórico destes dois importantes formuladores da  primeira tentativa concreta de transição ao socialismo, buscada durante a constituição  da URSS.    Palavras chave: revolução – comunismo de guerra - Estado - socialismo - transição. 

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Ciências Sociais

Historia dos kaingang da bacia do tibagi: uma sociedade Jê meridional em movimento

Autor
Kimiye Tommasino
Ano
1999
Resumo / Abstract

Este trabalho reconstitui a historia dos kaingang da bacia do rio tibagi da metade do século passado, ate os dias atuais. Esta historia permite detectar as estratégias, formas e conteúdos das relações estabelecidas entre as sociedades indígenas e os colonizadores, numa continua afirmação de seu modo de ser. O resgate da historicidade/etnicidade kaingang permite uma outra compreensão da sociedade paranaense e a real natureza do processo de colonização ocorrida neste século, colonização essa feita invariavelmente sobre territórios indígenas. A matéria prima para a reconstituição foram os documentos de missionários, diretores e viajantes, documentos do SPI, FUNAI e outras instituições, da bibliografia cientifica sobre essa sociedade Jê meridional, depoimentos dos kaingang mais velhos e de nossa pesquisa de campo.

 


 

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Antropologia Social

A festa Santa na Terra da parentalha: festeiros, herdeiros e parentes. Um estudo sobre as representações e práticas camponesas em terra de sesmaria na Baixada Cuiabana Matogrossense.

Autor
Sueli Pereira Castro
Ano
1998
Resumo / Abstract

Este estudo tem como questão central a ocupação e reprodução de uma parcela do campesinato na Baixada Cuiabana Mato-grossense, em Terra de Sesmaria, esta definida como Terra da Parentalha, pelos seus sujeitos; categoria social que expressa asubstância e qualidade pelos quais se formam o atributo do ser. A Sesmaria Baús, situada no distrito do mesmo nome, no município de Acorizal, é base para o levantamento do trabalho etnográfico desenvolvido. Esta terra, requerida em 1818 pelo ancestral fundador chamado Constantino, é um bem indiviso, que pertence à família, constitutiva de uma ordem moral, no sentido de que representa um patrimônio que expressa, mais do que um bem físico, as relações de parentesco. Essa forma de organização social fez-se presente recentemente, quando a sesmaria foi transformada em terras devolutas, e os herdeiros da sesmaria expropriados de suas terras comuns, através do que se denomina violência escondida e legal. O estudo permite acompanhar as formas de associação entre o código costumeiro e o código oficial, que veio possibilitando a preservação do patrimônio territorial. A1ém disso, permite também entender a interface entre a lei e a ideologia dominante com os usos do direito comum e a consciência costumeira. Desvendar este universo através das categorias, pelas das quais os sujeitos deste universo pesquisado se pensam, instituindo seus códigos de valores e suas idéias, sua cosmologia e seus sistemas classificatórios, referenciadores dos seus sistemas de ações, constituem-se no fio condutor deste estudo

 


 

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Antropologia Social

Tempo de Travessia, tempo de recriação: profecia e trajetória camponesa.

Autor
Bernadete Caprióglio de Castro Oliveira
Ano
1998
Resumo / Abstract

As pesquisas sobre as sociedades agrárias têm caracterizado os grupos camponeses dentro das relações capitalistas no campo brasileiro, ressaltando entretanto, os valores de um modo de vida diverso, que responde de forma diferenciada às mudanças impostas pela economia de mercado. Essas formas se manifestam em várias esferas da vida desses grupos camponeses, reconstruindo relações dentro de novos códigos, linguagem e representações. A própria constituição da família e do trabalho familiar remetem à interpretações que propõem uma outra dimensão do tempo e espaço. Pensar a persistência não no sentido de manutenção, mas de recriação, o que pressupõe sempre a incorporação de algo novo, parece estimulante para a investigação antropológica, que no caso estudado, se trata especificamente da recriação do sítio camponês. Condição essa, gestada no interior de um processo de expropriação em massa de arrendatários do noroeste paulista, onde não só se encontrava a atuação política do Partido Comunista Brasileiro, mas também, o movimento sócio-religioso do "Aparecidão", cuja "visão profética" antevia a possibilidade da "recriação de uma geração melhor", neste "Reino de Deus, que é essa terra mesmo".

 


 

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Antropologia Social

As tramas da herança da reprodução camponesa: as atualizações dos sentidos da transmissão da terra

Autor
Renata Medeiros Paoliello
Ano
1999
Resumo / Abstract

A partir de preocupações empiricamente expressas pelos agentes sociais, quanto à herança da terra, em contextos possessórios, localizados no Vale do Ribeira -SP, manifestando a expectativa de assegurar minimamente a continuidade da condição de"dono" aos filhos, traduzida em cálculos relativos à partilha igualitária de patrimônios, precariamente apropriados, propõe-se uma compreensão desses contextos pelo viés de uma antropologia histórica. Esse enfoque procura fundamentar-se em uma construção etnográfica comparativa, sobre diferenciados contextos intra-regionais, para compreender o sentido da herança igualitária como um dos componentes de uma lógica prática, fundada na reconstrução de uma tradição jurídica incorporada ao habitus dos agentes, que mais do que propriamente reprodutiva, de fato atualiza, para um maior número de pessoas, as possibilidades de permanência na "condição camponesa", ou uma passagem para a vida urbana em condições melhores do que as que teriam se destituídos da herança.

 


 

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Antropologia Social

Comunidade cafuza de José Boiteux/SC: História e Antropologia

Autor
Pedro Martins
Ano
2001
Resumo / Abstract

Este trabalho resgata a trajetória da Comunidade Cafuza de José Boiteux/SC desde a sua participação, na condição de rebeldes, na Guerra do Contestado (1912-1916) até a conquista da terra própria, em 1992, e o seu momento atual. A Comunidade Cafuza é um grupo étnico formado pela miscigenação entre negros e índios e partilha de maneira mais ampla a cultura cabocla, própria dos segmentos marginalizados da população camponesa "nativa" de Santa Catarina. Abordado a partir das teorias sobre campesinato e etnicidade o estudo revela três momentos distintos onde o grupo se apropria de um pedaço de terra e constrói nele o seu modo de vida. O primeiro momento é marcado pelo desbravamento do sertão do Faxinal - entre a Serra Geral e o Vale do Itajaí - e o posterior conflito com uma empresa colonizadora; o segundo momento mostra o grupo convivendo nas terras dos índios Xokleng, enquanto é explorado em sua força de trabalho pelas autoridades federais, e as conseqüências da construção de uma barragem sobre as terras indígenas; o terceiro momento mostra o processo de organização política e a luta para conseguir estabelecer-se em terra própria a partir da ocupação, resistência e negociação com o Governo Federal. O estudo ainda mostra o cotidiano do grupo Cafuzo em Alto Rio Laeiscz; a "luta" diária para domar um meio ambiente estranho e recriar a sua parcela de saber local; analisa o processo de criação de uma cooperativa de produção que conflita com os costumes camponeses, onde predomina a autoridade hierárquica do pai e a organização familiar da produção.

 


 

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Antropologia Social

Os assentados frente aos desafios legais: uma interpretação antropológica das relações jurídicas no assentamento de Promissão

Autor
Maria Elena Miranda
Ano
2003
Resumo / Abstract

Este trabalho aborda os aspectos jurídicos e políticos dos programas de assentamentos rurais no Brasil a partir do estudo de um assentamento na cidade de Promissão-SP. A pesquisa etnográfica aponta para as dificuldades dos assentados para se ajustarem às exigências da legislação da reforma agrária. Muitas vezes, eles adotam práticas mais flexíveis, porém, contrárias àquela legislação. Entretanto, não se pode afirmar que haja no assentamento de Promissão um direito costumeiro impondo suas próprias regras. Pode-se dizer, no entanto, que os assentados acionam algumas práticas costumeiras, incorporadas pelo habitus camponês, para a solução dos seus problemas e de suas demandas. Algumas estratégias adotadas no assentamento de Promissão já desenham uma tendência de como eles estão resolvendo as questões de herança, de inadimplência e de preservação de seu status de camponeses livres. Assim sendo, o arrendamento das terras e o assalariamento, práticas recorrentes em épocas pouco propícias à produção agrícola, são formas de obter os meios de subsistência da família e, ao mesmo tempo, conservar a terra sob o domínio da mesma. Por outro lado, a compra de lotes no assentamento destinadas aos filhos de assentados, não selecionados pelo INCRA, nos dá um indicador de como as famílias estão solucionando o problema da herança. Todas essas práticas têm correspondência em outras áreas de campesinato mais antigo, mas nos assentamentos rurais elas constituem infrações à legislação da reforma agrária, colocando os assentados na condição de "irregulares"

 


 

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Antropologia Social

Cultura camponesa e televisão. A visão de si e a imagem do outro pela telenovela brasileira

Autor
Andréa Baltazar
Ano
2003
Resumo / Abstract

Esta tese de doutorado objetiva compreender as relações culturais que se estabelecem entre a cultura camponesa de uma comunidade do alto pantanal de Mato Grosso (Porto Brandão - 130 km a sul de Cuiabá) e a cultura urbano-industrial moderna pela assistência de televisão. Apresenta os resultados de análise a partir de duas abordagens diferenciadas, a primeira com base no estudo de cultura material e da organização espacial camponesa em que tem lugar a televisão dentro na cultura local; e a segunda, a partir de uma abordagem convencional dos estudos de audiência, ampliada e recriada pela prática e teoria antropológicas de pesquisa. Esta última enfoca o tempo da televisão dentro da cultura camponesa local em relação aos outros tempos da mesma cultura. O eixo de análise é fundamentado a partir da constatação da saliência que as questões relativas ao campo da família e do parentesco apresentam nos diversos domínios da sociedade brasileira e que se reproduzem tanto na construção básica das tramas das telenovelas brasileiras, quanto se constata na organização e ressignificação que desta faz a cultura local, por sua vez, alicerçada em suas próprias noções ligadas também às regras do parentesco, e a partir de sua realidade mágico-religiosa do exercício de crenças e rituais católicos camponeses. O objetivo central do trabalho é mostrar a imagem que de si fazem os camponeses estudados a partir do jogo dialético de semelhanças e diferenças que emergem da relação com o  outro e suas concepções de mundo, personagens fictícios ou atores de algumas telenovelas rurais brasileiras

 


 

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Antropologia Social

Religião / Magia / Vida de um protestantismo rural: uma análise do bairro rural de São João da Cristina, MG

Autor
Lídice Meyer Pinto Ribeiro
Ano
2005
Resumo / Abstract

O presente trabalho é o resultado da pesquisa de campo e posterior análise do sistema religioso encontrado num bairro rural presbiteriano, localizado num vale do Município de Maria da Fé, no sul de Minas Gerais: São João da Cristina.Tendo o presbiterianismo chegado ao vale desde 1895, quando ainda não havia um bairro propriamente formado, mas apenas algumas fazendas, a Igreja Presbiteriana tornou-se um dos elementos primordiais da conformação física, histórica e social do bairro em formação, dando a este, características marcantes e diferenciadoras dos demais bairros rurais e católicos da mesma região. Com base nos pressupostos de autores clássicos que ingressaram nos caminhos dos sistemas classificatórios e do pensamento mágico e de pesquisadores modernos que re-interpretaram estes teóricos, contextualizando-os ao sistema de campesinato brasileiro, estudou-se os sistemas classificatórios com relação às plantas, os animais, astros celestes, espaços físicos e sociais, e o mundo religioso e sobrenatural, relacionando-os com a vida diária do camponês protestante, demonstrando como o pensamento religioso dos moradores de São João da Cristina extrapola os limites da igreja para se permear em todo o seu meio circundante. Buscou-se desta forma, estabelecer as relações entre o sistema classificatório mágico-religioso encontrado na sociedade caipira com o sistema religioso oficial urbano, procurando decodificar o sistema religioso existente no ambiente rural de São João da Cristina, desvendando o real sentido de suas práticas e crenças religiosas, fornecendo subsídios para futuros estudos acerca do protestantismo rural em outras localidades do Brasil.

 


 

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Antropologia Social

Tempos de exaltação: Música e Glossolalia na Igreja do Evangelho Quadrangular

Autor
Valdevino Rodrigues dos Santos
Ano
1995
Resumo / Abstract

Igreja do evangelho quadrangular vê a musica como um fator importante para que a igreja execute suas funções em relação aos homens: evangelização e instrução. E ainda visa o desenvolvimento e intensificação dos laços de comunhão do grupo. Os membros da igreja acreditam que a musica influencia o comportamento, reforça os valores do grupo, expressa as emoções, dá prazer e finalmente serve como veiculo de revelação de deus. O ponto máximo do culto ocorre quando as pessoas recebem o espírito santo, que e um momento caracterizado por muitos atos diferentes e repetidos enquanto dura; aparecem nesse instante: desmaios, choros, gritos, pessoas pulando e finalmente a marca central do ato: o falar línguas estranhas (glossolalia), as quais são palavras inteligíveis somente do ponto de vista espiritual. E impossível definir o idioma. Quando se atinge o clímax da adoração - isso se da por volta das 21:00 hs. - as manifestações e os dons espirituais começam a ocorrer. Nesse momento, as pessoas estão mais exaltadas, aqui ha uma intensa mesclagem de sons: cânticos, os gritos de gloria e aleluia do pastor e dos membros cantando, sons instrumentais e as glossolalias. Quando a musica e executada, ha presença de ritmos variados como: rock, samba, reggae, country, rap e estilos mais lentos. Essas musicas são sempre cantadas com expressão corporal; ha, portanto, coreografia, dança e palmas.

 


 

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Antropologia Social