História Oral - NEHO

História oral da imigração libanesa para o Brasil - 1880 a 2000

Autor
André Castanheira Gattaz
Ano
2001
Resumo / Abstract

A tese narra os 120 anos de imigração libanesa para o Brasil, desde as duas últimas décadas do século XIX ao final do século XX. Consideram-se inicialmente os motivos de expulsão que fizeram com que os libaneses abandonassem sua terra natal e se dirigissem à América. Nota-se a existência de quatro fases no processo imigratório libanês, cada uma das quais caracterizada por determinadas motivações econômicas, sociais e políticas, e por afetar distintos grupos regionais e religiosos. Nesse sentido, verificou-se que enquanto os cristãos perfaziam quase a totalidade dos imigrantes das duas primeiras fases (1880-1920 e 1921-1940), os muçulmanos passaram a imigrar com maior intensidade após os anos 1950, tornando-se importante componente do grupo imigratório libanês chegado na terceira e quarta fases (1941-1970 e 1971-2000). Quanto aos motivos que determinaram a expulsão desses imigrantes ao longo do período estudado, nota-se a predominância do fator econômico - afetando tanto a população das pequenas cidades, dependente da atividade agrária em uma terra escassa e pouco fértil, como setores da pequena burguesia urbana, colocados diante da falta de perspectivas de crescimento econômico e social. Além desses aspectos, desempenharam importante papel na emigração de libaneses os fatores políticos, tais como a oposição ao domínio turco-otomano (até 1920) e posteriormente francês (até 1943), os conflitos sectários que explodiram após os anos 1950 e a Guerra do Líbano de 1975 a 1990. Complementando o quadro dos fatores motivadores da imigração, encontram-se o acompanhamento dos familiares (para as mulheres e crianças), o desejo de obtenção de nacionalidade estrangeira e, no caso específico da imigração para o Brasil, o próprio sucesso econômico e social dos imigrantes pioneiros, servindo como estímulo ao movimento imigratório ao desencadear o efeito corrente entre a população das vilas e cidades libanesas. Além do estudo dos motivos que provocaram a emigração de libaneses, discutem-se nesta tese aspectos de sua integração à sociedade nacional e da reformulação de suas identidades. Vê-se que os libaneses procuraram trilhar um caminho de melhoria econômica calcado na atividade comercial, porém critica-se a noção de uma fácil ascensão social, notando-se que nem todos os imigrantes tiveram o percurso vitorioso dos pioneiros, que de mascates tornaram-se industriais. Notou-se ainda que, enquanto nas primeiras fases os benefícios advindos do comércio eram aplicados na educação dos filhos, após os anos 1950 muitos imigrantes passaram a ter preocupação com a própria formação educacional, procurando conciliar a atividade comercial à educação universitária, pois notaram que não eram mais possíveis as trajetórias sociais ascendentes baseadas apenas no comércio. Analisa-se ainda o papel da família, dos clubes da colônia e das entidades religiosas para a manutenção da identidade étnica e religiosa dos imigrantes libaneses, atuando em  sentido contrário à plena integração à sociedade nacional. Foi dada atenção especial à relação entre os grupos muçulmanos e cristãos, e aos aspectos da vida muçulmana no Brasil, uma vez que os demais historiadores da imigração libanesa praticamente ativeram-se aos imigrantes cristãos da primeira metade do século XX. Por fim, discutem-se as representações que os libaneses elaboram sobre a Guerra do Líbano, revelando dissensões entre os grupos religiosos e regionais que dificultam a pacífica convivência entre os imigrantes.

 


 

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História Social

Fotografia e histórias de vida: famílias caipiras do Alto Vale do Paraíba

Autor
Pedro Ribeiro Moreira Neto
Ano
2002
Resumo / Abstract

Através de vasta documentação fotográfica, o autor acompanha, por um período de três anos, a história de vida de uma família caipira, na zona rural do município de Cunha, região do Alto Vale do Paraíba, no Estado de São Paulo. Do núcleo familiar, a pesquisa progride para a comunidade dos bairros rurais e a cidade, percorrendo o quotidiano da família em suas atividades de trabalho, religiosidade, usos e costumes, nas múltiplas redes de sociabilidade que organizam o universo caipira

 

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História Social

O Império dos Sonhos - Narrativas proféticas, sebastianismo e messianismo brigantino

Autor
Luís Felipe Silvério Lima
Ano
2005
Resumo / Abstract

Esta tese analisa as narrativas de sonhos proféticos no Portugal Moderno, entre 1600 e 1750. Investigou-se como se constituíram os principais temas oníricos, os corpos de sonhos mais citados e recorrentes, as interpretações e leituras de sonhos bíblicos e/ou de divulgação ampla. Procurou-se perceber quais os entendimentos e percepções de sonho (e profecia) que embasavam e estavam presentes nas narrativas oníricas portuguesas, observando o repertório de referências e textos oníricos e a circulação desses. Partindo da constatação que as narrativas oníricas participaram de modo capital na fundamentação do Sebastianismo e depois do Messianismo Brigantino, observou-se os imbricamentos dos sonhos com esses movimentos e crenças messiânico-proféticas, buscando entender os diversos projetos político-proféticos em e para Portugal durante esse período.

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História Social

Brasileiros no Sul da Flórida - Subjetividade, Identidade e Memória

Autor
Valéria Barbosa de Magalhães
Ano
2006
Resumo / Abstract

O objetivo desse trabalho é argumentar que a imigração de brasileiros para o Sul da Flórida se justifica por razões subjetivas, a chamada segunda chance, ao lado de motivações político-econômicas tradicionalmente elencadas por outros autores. O tema são os imigrantes brasileiros no Sul da Flórida. O uso da História Oral na pesquisa possibilitou concluir que os imigrantes não declaram diretamente as razões de ordem subjetiva para imigrar por sentirem culpa de deixar o Brasil. As desculpas político-econômicas partem de um imaginário - de Brasil idílico e dos Estados Unidos como terra de oportunidades - presente na memória coletiva dos imigrantes e são utilizadas de imediato por serem socialmente legitimadas.

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História Social

Na Roda do Mundo-Mestre João Grande entre a Bahia e Nova York

Autor
Mauricio de Barros Castro
Ano
2007
Resumo / Abstract

Esta tese é sobre a globalização e o impacto da ancestral capoeira angola na moderna e cosmopolita cidade de Nova York. A capoeira angola é ume estilo tradicional que se refere à ancestralidade africana. É uma antiga arte marcial afro-brasileira ensinada por um velho capoeirista da Bahia chamado João Grande. Ele possui uma escola na Rua 14, em Manhattan, e já recebeu diversas homenagens nos Estados Unidos. Mestre João Grande chegou em Nova York em 1990 e permanece ensinando seu conhecimento antigo para alunos de toda parte do mundo, pessoas atraídas pela multicultural Nova York. Sua história de vida é o foco dessa tese. Neste sentido, a pesquisa é uma tentativa de entender a importância das tradições em nossa vertiginosa sociedade moderna. Mais do que isso, tenta refletir sobre o papel da capoeira no processo histórico brasileiro, diante dos conflitos entre a ancestralidade africana e a construção da identidade nacional.

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História Social

Construção da identidade sem terra: temas e traumas

Autor
Suzana Lopes Salgado Ribeiro
Ano
2007
Resumo / Abstract

Este trabalho propõe um estudo sobre o processo de construção de identidades, no MST. A pesquisa de campo acompanhou o dia-a-dia da Marcha à Brasília, realizada em 2005. O texto é composto por uma apresentação de oito narrativas, seguidas de uma descrição do trabalho de campo. Na segunda parte, apresenta-se uma explicação teórica e metodológica conceitos como, experiência, memória, narrativa e identidade, sempre tentando explicar como esses conceitos são relacionados com o fazer da história oral. No interior das discussões surgem os embates em torno da construção das identidades dos membros do Movimento e a visão identitária gestada por suas lideranças.

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História Social

Entre O Líbano e o Brasil: Dinâmica Migratória e História Oral de Vida

Autor
Samira Adel Osman
Ano
2007
Resumo / Abstract

Essa pesquisa tem como tema central a História Oral de Vida de imigrantes libaneses e seus descendentes nascidos no Brasil, bem como de brasileiras não-descendentes, que empreenderam o retorno ao Líbano, cujo fluxo foi verificado com maior intensidade ao final da década de 1980. A problemática geral dessa pesquisa é verificar e analisar a concretização do retorno, a partir da análise dos fenômenos de readaptação e adaptação, reinserção e inserção, destacando-se as dificuldades, os dilemas e os conflitos decorrentes desse ato. Mais do que a ocupação de um espaço geográfico, devemos considerar que o retorno e restabelecimento nos vilarejos de origem significam uma apropriação (ou criação) cultural do lugar (aqui entendido em sua dimensão subjetiva), construindo-se sentimentos de identidade, de pertencimento ao grupo que, por meio de suas ações, controlam e influenciam pessoas, estabelecem relações, determinam valores e normas a serem seguidas. Considerando identidade e cultura como processos dinâmicos, em constante elaboração e reelaboração, há que se verificar que a reinserção e inserção ao país implicarão renúncias, escolhas e seleções, que serão negociadas pelo migrante em relação ao grupo de origem.

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História Social

Nazismo Tropical? O Partido Nazista no Brasil

Autor
Ana Maria Dietrich
Ano
2007
Resumo / Abstract

O partido nazista no Brasil (1928-1938) estava inserido em uma rede de filiais deste partido instaladas em 83 países do mundo e comandadas pela Organização do Partido Nazista no Exterior, cuja sede era em Berlim. O grupo instalado no Brasil teve a maior célula fora da Alemanha com 2900 integrantes sendo estruturado de acordo com regras e diretrizes do modelo organizacional do III Reich. A realidade brasileira interveio nesse processo causando o que chamamos de tropicalização do nazismo. A história do desenvolvimento da ação do partido no Brasil será analisada nos 17 estados brasileiros onde estava presente, tendo como contexto histórico a complexidade das relações Brasil e Alemanha durante o período da Era Vargas, a relação com o integralismo e eventuais conflitos raciais com a população brasileira e com judeus imigrados. Ênfase será dada ao papel do chefe do partido nazista no Brasil, Hans Henning von Cossel, considerado como Führer tupiniquim, tendo como fonte entrevistas com seus familiares. Contém extenso material iconográfico de documentos de época.

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História Social

Palestra Itália e Corinthians: quinta coluna ou tudo buona gente?

Autor
Alfredo Oscar Salum
Ano
2008
Resumo / Abstract

O presente trabalho analisa a trajetória da Sociedade Esportiva Palmeiras e do Sport Clube Corinthians Paulista entre 1910-1942. Esse período engloba as disputas internas, os conflitos e negociações para serem aceitos nos campeonatos oficiais e o processo de nacionalização durante o Estado Novo.

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História Social

Tropas em protesto: o ciclo de movimentos reivindicatórios dos policiais militares brasileiros no ano de 1997

Autor
Juniele Rabêlo de Almeida
Ano
2010
Resumo / Abstract

Este trabalho propõe um estudo sobre o ciclo de movimentos reivindicatórios dos policiais militares brasileiros, ocorrido ao final do primeiro semestre do ano de 1997. As manifestações dos praças da Polícia Militar de Minas Gerais se tornaram um estandarte tático para a ação coletiva dos PMs de diversas localidades do território nacional. Quatorze estados integraram o ciclo nacional de protestos: Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul; e, sem movimento organizado, São Paulo e Rio de Janeiro. Narrativas, em história oral de vida, revelaram o diálogo entre as especificidades regionais e uma cultura policial militar nacionalmente constituída. Múltiplas questões, para o estudo da história dos movimentos sociais e da segurança pública no Brasil, foram problematizadas por meio de quatro redes de análise que indicam o repertório da ação coletiva policial militar: 1ª rede) Policiais militares de Minas Gerais: o início do ciclo de protestos; 2ª rede) Policiais militares de Alagoas, Ceará, Pernambuco e Pará: conflitos armados e ameaças; 3ª rede) Policiais militares da Paraíba, Bahia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul: acampamentos e negociações; 4ª rede) Policiais militares do Rio Grande do Sul, Piauí, Goiás, São Paulo e Rio de Janeiro: manifestações disciplinadas e articulações políticas à margem do ciclo de protestos. A crise policial militar brasileira representou conjuntura em que elementos próprios da corporação se desgastaram, mas não o suficiente para minar as bases institucionais. O trabalho indica possíveis conexões entre uma cultura policial militar, expressa pelos pilares militarizantes referentes a valores e normas institucionais, e preceitos relacionados à democratização que se passa nas sociedades contemporâneas.

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