DISCIPLINA: HDL5019 – O lugar das memórias: preservadas, descartadas, compartilhadas
Docentes responsáveis:
Prof. Dr. Luis Guilherme Galeão da Silva
Prof. Dr. Sérgio Bairon
Profa. Dra. Zilda Márcia Grícoli Iokoi
Início: 09/08/2017
Dia da semana: quarta-feira
Horário: das 19:30 às 22:30
Locais: Pessoal do Faroeste (Rua do Triunfo, 301/305 - Luz); Casa de Cultura Japonesa (Av. Prof. Lineu Prestes, 159 - Butantã).
Créditos: 08
Período de Inscrições:
Aluno especial: 12 a 20 de junho de 2017 (Mais informações: http://pos.fflch.usp.br/node/149) - Inscrições encerradas para este tipo de aluno.
Pré-matrícula dos alunos regulares: 03 a 09 de julho de 2017
Dúvidas ou demais informações: diversitas@usp.br; (11) 3091-2441 ou (11) 3091-3584.
PROGRAMA
OBJETIVOS:
Discutir a desigualdade do registro e da difusão da memória social como índice da opressão. Essa desigualdade está inscrita em relações comunicacionais interpessoais, institucionais e de ocupação do espaço urbano.
Deste modo, iremos investigar as condições para o diálogo com diferentes atores e atrizes sociais atingidos pela opressão nos seus territórios, ou seja, nos seus termos e lugares sociais. Faremos também a crítica ao conhecimento acadêmico quando este se alia a interesses social opressores.
Investigaremos os meios e obstáculos para a amplificação e registro das narrativas das memórias de oprimidos e oprimidas. Trabalharemos com as formas encontradas por grupos organizados para elaboração de experiências sociais de insurgência, resistência e criatividade.
JUSTIFICATIVA:
Consideramos necessária a discussão crítica sobre a memória e a elaboração de experiências sociais de insurgência, resistência e criatividade no espaço urbano reservado aos oprimidos por discriminações sociais de raça/etnia, gênero, orientação sexual e classe social. As formas de registro e apagamento da memória são diretamente proporcionais à visibilidade e invisibilidade social de seus protagonistas.
CONTEÚDO:
- Memória, Silêncio e Ação Psicossocial. Iniciativas Latino Americanas para lidar com a violência de estado por meio do direito à memória e à verdade. A superação do silenciamento por dispositivos públicos e políticos de situações sociais de opressão.
- Reconhecimento Recíproco e Luta por Direitos e Memória. O reconhecimento recíproco é uma das condições psicossociais e políticas para o respeito à dignidade humana, bem como as produções de narrativas de experiências e lutas por direitos.
- Crítica Social e Direitos Humanos. A luta por direitos é uma importante pauta política. Os grupos sociais oprimidos não têm os seus direitos garantidos e reconhecidos (à vida, aos direitos políticos e sociais como a moradia, renda, sexualidade, gênero e dignidade). Os direitos são um instrumento que precisa ser analisado a partir da crítica social (ou seja, da crítica à desigualdade). São instrumentos de resistência utilizados na luta popular contra a desigualdade. Ao mesmo tempo, são instrumentos de manutenção do status quo. É impossível em uma sociedade desigual haverem direitos efetivamente universais e equânimes. Mesmo assim, vemos movimentos sociais questionarem o reconhecimento precário ou a invisibilidade social por meio da crítica social aos direitos e a falta da sua efetividade. Esse questionamento atinge também a desigualdade da distribuição de recursos materiais e status social.
BIBLIOGRAFIA:
Memórias Descartadas e Memórias Compartilhadas
Adorno Theodor W. Educação e Emancipação. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2010.
Bosi, Eclea. O tempo vivo da memória. Cotia: Ateliê Editorial, 2013
__________ Memória e Sociedade – Lembrança de Velhos. São Paulo: Cia da Letras, 2007
CUELLAR, Edgar Barrero (org.) Memoria, Silencio Y Acción Psicosocial: Reflexiones sobre por qué recordar en Colombia. Bogota. 2010
Honneth, Axel. Luta por Reconhecimento. São Paulo: Editora 34, 2003
_______________. Reification
_______________. O Direito da Liberdade. São Paulo: Martins Fontes, 2015
_______________ e Nancy Fraser. Recognition or Redistribution?: a political-philosophical exchange. Londres, Nova York: Verso, 2003.
Santos, Boaventura de Sousa; Meneses. Maria Paula. Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez Editora, 2010
Memórias Preservadas e Memórias Descartadas
1. A cidade como Metástase.
2. Presença e Ausência
3. A cidade Reveladora da destruição - depoimentos
4. Abraço ou Recomeço – A destruição do apagamento
Iokoi, Zilda Márcia Grícoli – A cidade prende e a arte liberta. In: Observatório/Itaú Cultural, nº 23, São Paulo, 2017.
Lefebvre, Henri. Sur La presance et la absance. Paris: Galimar, 1980
_____________. A irrupção da juventude
Martins, José de Souza. A fotografia e a Sociologia
Sevicenko, Nicolau. A cidade como mestátasis
Performance e Saberes Compartilhados
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Produção partilhada do conhecimento
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A experiência estética e a performance como conhecimento
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A dramatização de textos científicos
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Performance compartilhada
Bachelard, G. A formação do espírito científico. São Paulo: Contraponto, 1996.
Bairon, S. Caio, L. “Produção Partilhada do Conhecimento: do filme à hipermídia.” INTERCOM: Fortaleza, CE, 2012. pp. 3 a 7
Kafka, F. Um médico rural. São Paulo: Brasiliense, 1994.
Turner, V. O processo ritual. São Paulo: Vozes, 1974.
OBSERVAÇÕES: Esta disciplina de pós-graduação contará com aulas expositivas e seminários desenvolvidos dentro da universidade e também no espaço urbano associado a desigualdades sociais e memória da cidade de São Paulo: o bairro da Luz.