Autor
Renata Lúcia Moreira
Ano
2007
Resumo / Abstract

Esta dissertação apresenta uma proposta de descrição da dêixis de pessoa na língua de sinais brasileira. Nas línguas de sinais, a dêixis de pessoa é realizada substancialmente por meio de dois tipos de sinais de apontamento: os pronomes pessoais e os verbos indicadores. O objetivo de minha pesquisa é dar início à descrição desses dois tipos de sinais, tomando por base o trabalho de Liddell (2003), que analisa a dêixis de pessoa na língua de sinais americana, no âmbito da gramática cognitiva (Langacker, 1991) e da teoria de espaços mentais (Fauconnier, 1994 [1985]; Fauconnier & Turner, 1998). Segundo Liddell, tanto os pronomes pessoais quanto os verbos indicadores têm a propriedade de ser realizados e localizados no espaço físico em frente e ao redor do corpo do sinalizador e de apontar, dentro desse espaço, para um local que está associado, no discurso, a uma representação mental do(s) seu(s) referente(s). Para o autor, os sinais dêiticos são formados por duas partes: uma lingüística, que é invariável, e uma outra que é dêitica, ou seja, que varia conforme a situação discursiva. Para fazer a descrição dos pronomes pessoais e dos verbos indicadores da língua de sinais brasileira, analisei (i) dados levantados do dicionário de Capovilla & Raphael (2001); (ii) dados que foram eliciados de colaboradores surdos, e (iii) dados de língua em uso que foram obtidos por meio de uma narrativa infantil contada por uma surda. Com os estudos empíricos realizados e a construção e uma transcrição da narrativa, foi possível (i) descrever a maneira como os surdos usam o espaço de sinalização, para construir, representar e caracterizar as personagens da história (ou interlocutores) que são apontados pelos sinais dêiticos; (ii) levantar os pronomes pessoais e os verbos indicadores da língua de sinais brasileira, e (iii) descrever algumas de suas características formais e as características pragmáticas de seu apontamento (dêitico ou anafórico), tanto nos contextos eliciados como em uso, nos discursos diretos da narrativa.

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Área do Conhecimento
Lingüística