LINHA F

Título: Linha F

País: Brasil

Duração: 40 minutos

Mídia: DVD

Direção, roteiro e pesquisa: Bruno Aranha, Giuliana Lima e João Daniel S. Nascimento

Produção: Giuliana Lima

Edição, edição de som e finalização: João Daniel S. Nascimento

Sinopse: Diariamente, milhares de pessoas encontram na precária Linha F a única maneira viável para sair da periferia de São Paulo e chegar ao centro da cidade, para trabalhar e cuidar de suas vidas. E muitas vezes o trem acaba se tornando mais do que um simples meio de transporte para aqueles que o utilizam - apesar da oposição da empresa encarregada e do Estado.

 

Diariamente, milhares de pessoas encontram na precária "Linha F" a única maneira viável para sair da periferia de São Paulo e chegar ao centro da cidade, para trabalhar e cuidar de suas vidas. E muitas vezes o trem acaba se tornando mais do que um simples meio de transporte para aqueles que o utilizam - apesar da oposição da empresa encarregada e do Estado.

 

CONTEXTO SOCIAL: Diariamente, milhares de pessoas encontram na precária Linha F a única maneira viável para sair da periferia de São paulo e chegar ao centro da cidade, para trabalhar e cuidar de suas vidas. E muitas vezes o trem acaba se tornando mais do que um simples meio de transporte para aqueles que o utilizam – apesar da oposição da empresa encarregada e do Estado.

 

O TRAJETO: O trem sai de Calmon Viana – na zona leste – e vai até a zona sul. Este vídeo compreende desta linha o trajeto de Calmon Viana até a estação do Brás na zona central de São Paulo.

 

O TEMPO E O TRÂNSITO: A CPTM (Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos) administrada pelo Governo do Estado de São Paulo é a responsável pelo transporte de massa da grande São Paulo, e por conseguinte, pela mobilidade urbana na sua maioria. O preço da passagem da linha F é igual a linha 4 do metrô – moderna, vagões climatizados, sem metroviário conduzindo os trens, e etc... –, todavia os trens da Linha F são os mais precários de todo o sistema paulistano. São três horas de viagem todos os dias dispendidos pelos trabalhadores, rumo ao trabalho. Até modernizaram as estações, os trens continuam os mesmos. O crescimento da cidade e o aumento das industrias a partir de 1945, definiram os investimentos em linhas de trens na direção destas áreas industriais. Passado o tempo, constata-se a falta de planejamento enquanto política pública de mobilidade urbana.

 

OS PASSAGEIROS E A SEGURANÇA: A média de passageiros/dia é de 230.000 pessoas. Nos horários de pico a situação fica caótica. A segurança é terceirizada. Ocorre o confisco de produtos que estão sendo vendidos no trem e não se sabe o destino dos mesmos. Os seguranças discriminam a tal ponto que os mais pobres são revistados. Em contrapartida os seguranças do metrô são gentis e cortês. Em 1999, o descaso e a discriminação levou a revolta e a queima de trens por parte da população (foi a única saída).

 

PARA ALÉM DE UM MEIO DE TRANSPORTE: Como a viagem é longa e demorada, durante as viagens o trem serve de palco para novas amizades, namoros e casamentos. Há passageiros que criam relações humanas do tipo: sabe onde o outro embarca. Se não embarca busca saber porque? O que ocorreu? E etc.... Além disso, o trem produz um ajuntamento de pessoas ao mesmo tempo que homogeniza as classes sociais. Porém, os conflitos são explicitados a cada momento.

 

O INUSITADO APARENTE: Sendo a população altamente carente e pobre, as igrejas evangélicas aproveitam o embalo da viagem longa e demorada para fazer suas pregações dentro dos vagões. Ou seja, é violência encima de violência e a população ali firme e forte. Sendo a população altamente periférica e altamente carente o terreno é fértil para as crenças e o inusitado surrealista.

 

 

QUESTÕES QUE NÃO QUEREM CALAR:

1 – Quais as razões da inexistencia de politicas publicas eficazes?

2 – Qual a relação de conflito entre as igrejas evangélicas e as politicas de governo nesta periferia?

3 – As politicas de mobilidade e acessibilidade a direitos constitucionais estão em que nivel?