corpo

Da máquina corpórea ao corpo sensível: a medicina em Descartes

Autor
Marisa Carneiro de Oliveira Franco Donatelli
Ano
2000
Resumo / Abstract

Comumente, os estudos sobre Descartes voltam-se para questões ligadas à metafísica, à moral e às ciências nas quais o seu mérito é reconhecido quase que por unanimidade. O mesmo não ocorre no que concerne à sua incursão na medicina: em geral, a importância de seus textos ligados a essa área é minimizada. Porém, a partir da contextualização dos estudos de Descartes ligados à medicina no pensamento médico de sua época, evita-se adotar a postura anacrônica que está, muitas vezes, na base da rejeição da importância desses textos médicos. Na tentativa de mostrar a importância desses estudos e sua integração ao sistema cartesiano, este trabalho procura defender uma posição que vai de encontro àquela que é sustentada por alguns comentadores. Segundo ele, o filósofo não só fracassou em seu intento de construir uma medicina, como sua obra médica não apresenta o mesmo brilho que caracterizou seus trabalhos voltados para a matemática ou para a geometria, por exemplo. Neste estudo sobre a medicina cartesiana são destacados dois pontos básicos: i) os pressupostos metafísicos sobre os quais ela se funda; ii) a evidência própria ao âmbito da medicina, que é a evidência experimental. Esses dois pontos deste trabalho, segundo a qual a medicina está integrada ao sistema filosófico cartesiano, constituindo uma ciência que apresenta características próprias às ciências que lidam com as coisas compostas, como é o caso da Medicina ao lado da Física e da Astronomia.

 


 

Área do Conhecimento
Filosofia