Retórica e política em Rousseau

Autor
Ricardo Monteagudo
Ano
2003
Resumo / Abstract

O objetivo deste doutorado é mostrar como a concepção que Rousseau tem de linguagem está presente em seu pensamento político. Trata-se de verificar o que é natural e o que é convencional e histórico na linguagem, pois por meio dela ão só os homens se comunicam entre si, mas também regulam sua convivência. O exame adquire assim maior âmbito e inclui a linguagem da moral: a lei enquanto declaração da vontade geral. A linguagem do direito político tem um fundamento natural - a justiça natural - e um fundamento retórico - a justiça humana que se insere num jogo de interesses. Pelo primeiro, o direito vem a ser; pelo segundo, sua generalidade e diversidade históricas se situam. A partir da análise que Bento Prado Jr faz da linguagem em Rousseau, mostraremos como esta questão está presente no pensamento político, especialmente no Contrato social.

 


 

Área do Conhecimento
Filosofia

A lira de orfeu: a arte do músico na origem da comunicação filosofia e música em Rousseau.

Autor
Jacira de Freitas Rosa
Ano
2002
Resumo / Abstract

Determinar quais as relações possíveis entre as incursões de Rousseau no campo musical e sua produção filosófica: tal é a preocupação central deste trabalho. As análises de Rousseau indicam que o ingresso no universo simbólico traz consigo a possibilidade da perda da unidade do ser e com ela a ruptura do vínculo social. Partindo da demonstração que a mediação dos signos representativos se dá em três instâncias distintas, procurou-se detectar se a mesma lógica que comanda o sistema subjaz às suas teorias musicais. A idéia de uma seqüência hierarquizada de valores que vão do mínimo ao máximo da inserção de signos representativos também se exprime em suas teorias musicais, de modo que estas se integram perfeitamente ao conjunto da obra do autor por estarem em conformidade com os princípios que fundamentam suas doutrinas. A música é, então, dotada de um estatuto singular, aquele de uma arte autêntica, pois cumpre uma função moral e política, já que se converte num instrumento eficaz na promoção da união entre os homens.

 


 

Área do Conhecimento
Filosofia

Entre o direito e a história: a concepção de legislador em Rousseau

Autor
Ricardo Monteagudo
Ano
1998
Resumo / Abstract

Este trabalho pretende analisar os diversos significados que a noção de legislador admite no Contrato Social de Jean-Jacques Rousseau. A primeira parte discute a evolução, na obra anterior, de alguns pressupostos contidos no Contrato Social: a realidade da vontade geral e a singularidade de corpos morais. A partir daí, a segunda parte problematiza alguns aspectos da definição de legislador no livro II do Contrato. O objetivo é mostrar que, conceitualmente, o legislador representa a autoconsciência de um corpo moral e com a passagem do tempo ("fluxo contínuo de relações"), a própria história de uma associação. Por isso, o legislador manifesta a passagem do nível conceitual para o nível histórico, dos paradoxos do dever ser para as contradições do ser. Por outro lado, historicamente, quando o legislador entra em ação, ele é militante da liberdade e da legitimidade contra a licenciosidade e a tirania, e com isso é preciso delimitar as condições que evitam que seu poder de ação se torne arbitrário ou tirânico. Figura anti-platônica por excelência, pois nasce com a aparência para dirimir os males da própria aparência, o legislador é expresso sob o signo do paradoxo conceitual e da contradição histórica.

 


 

Área do Conhecimento
Filosofia

A santidade do contrato e das leis: um estudo sobre religião e política em Rousseau

Autor
Thomaz Massadi Teixeira Kawauche
Ano
2007
Resumo / Abstract

A posição de Rousseau sobre a importância da religião na sociedade é bastante peculiar: por um lado, ele apresenta severas críticas às religiões reveladas em geral e ao cristianismo em particular, apontando conseqüências nefastas da idéia de revelação - dentre as quais se destaca a intolerância - sobre a conduta dos indivíduos; por outro lado, Rousseau reconhece que a religião é útil e até mesmo necessária ao Estado, e não subestima o recurso aos deuses na obra do legislador; além disso, Rousseau se declara cristão, e não apenas afirma que o ensino de Jesus Cristo serve de fundamento à boa moral, como também chega a defender uma certa superioridade da revelação dos Evangelhos em relação às demais revelações escritas. Este estudo tem como objetivo esclarecer o estabelecimento da relação entre política e religião na obra de Rousseau a partir de um exame dos textos em que esse autor trata dos efeitos da religião na conduta dos homens, considerando-se em primeiro lugar a crítica feita pelo vigário saboiano às religiões instituídas e, em segundo lugar, a idéia de religião civil no contexto da filosofia política de Rousseau, com especial atenção para um de seus dogmas: o da santidade do contrato social e das leis.

Para acessar o texto clique aqui

 


 

Área do Conhecimento
Filosofia

Representação, linguagem e política em Rousseau

Autor
Taynam Santos Luz Bueno
Ano
2010
Resumo / Abstract

O objetivo principal de nossa pesquisa é o exame da questão da representação no interior da obra política de Jean-Jaques Rousseau. Isso se fará sob três pontos distintos: Em um primeiro momento, buscaremos compreender a noção de representação no desenvolvimento das paixões, da história e das instituições. Guiados pela dicotomia existente entre ser e parecer, abarcaremos as principais características desta noção sob o ponto de vista do paradoxo entre realidade e aparência, elucidando sua significação, apontando sua gênese e compreendendo sua relação com os demais processos de expansão cultural do homem. Na segunda parte de nossa pesquisa, procuraremos compreender as relações existentes entre representação e linguagem, o efeito direto da representação na constituição das línguas, as diferenças entre a língua escrita e a língua falada e sua relação com o processo de corrupção humano. Buscaremos evidenciar o papel da linguagem no desenvolvimento moral do homem, bem como sua inseparabilidade do aprofundamento das paixões humanas e do desenvolvimento de suas instituições. Finalmente, nos aprofundaremos nas relações existentes entre representação e política propriamente dita, salientando o efeito nefasto que a representação possui neste âmbito. Nossas preocupações aqui limitam-se a compreender a denúncia feita por nosso autor à teatralização do poder, compreender o caráter de ilegitimidade da representação no interior do corpo político, a partir da doutrina do contrato social, sobretudo a concepção de vontade geral.

Para acessar o texto clique aqui

 


 

Área do Conhecimento
Filosofia