Processos de mudanças no MST: história de uma família cooperada

Autor
Suzana Lopes Salgado Ribeiro
Ano
2002
Resumo / Abstract

Este trabalho propõe uma visão dos processos de mudança que estão ocorrendo na estrutura familiar dentro do maior movimento social do Brasil contemporâneo: o MST. A pesquisa de campo acompanhou uma família de trabalhadores rurais assentados na área III da Fazenda Pirituba, no município de Itaberá, sudoeste do Estado de São Paulo. O texto é composto por uma apresentação do trabalho de campo, seguida de uma explicação dos procedimentos metodológicos de história oral utilizados e de uma contextualização da questão fundiária brasileira. Além disso tem-se três depoimentos que conduziram a uma análise em torno dos temas: a terra, a casa, a família e a cooperativa. No interior das discussões dessa família surge o embate sobre a opção em ser um trabalhador cooperado, que desenvolve trabalho coletivo ou um assentado que trabalha a terra de modo individual/familiar, contando apenas com a mão-de-obra de seu núcleo parental.

 


 

Área do Conhecimento
História Social

Migração e reprodução social: tempos e espaços do cortador de cana e de sua família

Autor
Lucia Cavalieri
Ano
2010
Resumo / Abstract

Esta pesquisa tem por objetivo entender como ocorre o processo contraditório da reprodução social das comunidades rurais à luz de uma análise das práticas cotidianas e das estratégias de reprodução social da família do migrante, cortador de cana do Vale do Jequitinhonha. Os homens migrantes vivem ora mais próximos da condição camponesa, ora sorvidos como proletários na cana. Não se realizam plenamente em nenhuma das duas condições. No território da cana estão proletários; no território camponês não têm mais terras para o trabalho e a família não conta com os homens em suas práticas cotidianas. Esses camponeses-migrantes encontram-se na margem. A pesquisa de campo se realizou em duas comunidades rurais: Alfredo Graça e Engenheiro Schnoor localizadas no município de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha. Estas comunidades têm algumas características comuns: a migração dos homens para o corte de cana em São Paulo e uma série de custos imputados à família, em especial às suas mulheres. Nosso interesse consiste em entender como esse sujeito, na condição de camponês-migrante, perdura no tempo e quais são as fissuras que essa condição provoca em sua família e em seu território.

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Área do Conhecimento
Geografia Humana

Políticas agrárias: dinâmicas de transformações territoriais e formas de reprodução social da família rural na região agrária de Chókwè - Moçambique

Autor
Claudio Artur Mungói
Ano
2005
Resumo / Abstract

A pesquisa tem por objetivo analisar as políticas agrárias que influenciaram o processo de transformações territoriais e induziram a adoção de novas estratégias de reprodução social da família rural na região agrária do Chókwè. Para tanto, a partir da aplicação do método dialético, centra-se a análise no papel do Estado com os seus modelos de desenvolvimento e também no mecanismo interno de organização da unidade familiar, bem como de outros poderes fora da esfera pública. As políticas agrárias adotadas pela administração colonial e do Moçambique independente induziram a novas dinâmicas territoriais cuja expressão traduziu-se na implementação de modelos produtivos e de organização do espaço que por um lado, trouxeram para a região do Chókwè a contradição entre a grande propriedade, provida de recursos tecnológicos, mão de obra assalariada e proteção do Estado e, por outro, uma produção familiar voltada basicamente para a subsistência da família e com pouca ou nenhuma proteção do Estado e inserção no mercado. A expropriação de terras, a imposição de novos padrões produtivos e de povoamento, a política de créditos, a guerra, as calamidades naturais constituem fatores estruturais que limitaram o desenvolvimento da produção agrícola familiar. A família rural recebeu pouquíssima atenção no período colonial e foi desencorajada durante a primeira década da independência nacional, quando a política agrária favoreceu empresas estatais e a coletivização da produção. Os 16  anos de guerra civil e a situação de emergência foram outros fatores que limitaram severamente os recursos governamentais destinados ao apoio a estas famílias. A paz e o programa de reabilitação econômica trouxeram novas territorialidades para o país e região, onde a produção agrícola familiar, pela primeira vez, passou a constituir prioridade de desenvolvimento, sobretudo através do Programa de Investimento Público do Setor Agrário

 


 

Área do Conhecimento
Geografia Humana