A física da política: Hobbes contra Aristóteles

Autor
Yara Adario Frateschi
Ano
2003
Resumo / Abstract

Aristóteles e Hobbes fundamentam a moral e a política na natureza humana em bases independentes da associação política entre os homens. No entanto, ambos sustentam visões distintas acerca da natureza humana por conceberem de maneiras distintas a natureza em geral. Em particular, divergem radicalmente na caracterização do papel da razão. Derivam daí duas concepções opostas das relações entre a natureza e a sociedade política.

 


 

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Filosofia

Hobbes e a reciprocidade. Uma investigação sobre a relevância da regra de ouro das leis naturais na teoria política hobbesiana

Autor
Marcelo Gross Villanova
Ano
2010
Resumo / Abstract

Base da postulação da comunidade política, as leis naturais são resumidas por duas frases, faça aos outros o que gostaria que fizessem a si e a outra não faça aos outros o que gostaria que não fizessem a ti. Hobbes denomina essa síntese das leis naturais de princípio de reciprocidade. Fora essas duas frases, Hobbes não apresenta maiores esclarecimentos quanto ao seu significado. A presente pesquisa pretende refletir sobre a teoria política hobbesiana a partir da problematização do sentido do princípio de reciprocidade, colocando em evidência algo que não está bem explicado e que não ocupa um lugar de pouca importância na sua teoria política. Na literatura crítica é bem conhecida a controvérsia a respeito do papel das leis naturais, da relação entre as leis naturais e leis civis, do direito de resistência, do direito de punir, silêncio das leis. Reflete-se sobre essas e outras questões tendo em vista a perspectiva da elucidação do princípio de reciprocidade. Ainda que situar adequadamente o locus conceitual das dificuldades não seja uma garantia de resolução dos problemas teóricos da formulação hobbesiana, pode-se obter um ganho no sentido de melhorar o trato com essas dificuldades.

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Filosofia

Opinião pública e obediência civil na filosofia de Hobbes

Autor
Yara Adario Frateschi
Ano
1999
Resumo / Abstract

Esta dissertação trata da maneira como Hobbes expõe em sua filosofia política a importância da conformidade das opiniões dos súditos com a obediência civil. O primeiro capítulo incide sobre a relação entre as ações e as opiniões dos homens. Veremos de que modo as ações derivam das opiniões e por que a formação destas últimas é um aspecto fundamental da tarefa do soberano civil. Procuramos traçar, em primeiro lugar, os pontos comuns relativos à esta questão nas três obras políticas de Hobbes: no Elemento da Lei, no Do Cidadão e no Leviatã. Em seguida, mencionamos alguns aspectos que diferenciam o Leviatã das obras anteriores. O segundo capítulo versa sobre a crítica feita por Hobbes à dominação das opiniões dos súditos exercida pelo clero em um Estado cristão. Para isto nos ateremos às terceira e quarta partes do Leviatã. Veremos, em primeiro lugar, quais são as doutrinas do clero prejudiciais para a paz. Em segundo lugar, veremos como Hobbes as combate e quais são as soluções por ele apresentadas para evitar que o clero estabeleça o controle das opiniões dos súditos desviando-os da obediência civil. Finalmente, no terceiro capítulo procuramos mostrar que a popularização das questões políticas ocorridas ao longo da década de quarenta é um fator que deve ser levado em conta quando nos perguntamos sobre as razões de algumas diferenças operadas no Leviatã em relação às obras políticas anteriores. A intensa preocupação com a formação das opiniões dos súditos em geral, a  expectativa de ampliação da audiência e a aceitação e emprego da eloqüência - característicos do Leviatã - devem ser vistos à luz da efervescência política e intelectual ocorrida durante os anos que separam o Leviatã do Elementos da Lei e do Do Cidadão.

 


 

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Filosofia

As metamorfoses da sedição: religião e política em Hobbes

Autor
Everson Machado
Ano
1999
Resumo / Abstract

O tema da religião adquiriu uma importância cada vez maior nos livros de Hobbes, a ponto de dar o nome e ocupar metade de seu livro mais famoso, o Leviatã. No entanto, em sua classificação das ciências, Hobbes exclui todos os temas da religião. A questão então é saber como um autor que tem um discurso inflexível sobre a ordem das razões trata de um assunto que, de antemão, foge ao saber filosófico. Hobbes apresenta duas versões de seus princípios de hermenêutica. Em ambas as versões, o resultado político é o mesmo: a última palavra sobre as Escrituras deve ser do soberano. No entanto, as conseqüências históricas são bastante diversas. A primeira versão encontra-se no De Cive, de feição humanista, enfatiza o aspecto histórico-literal do texto e não desconsidera a tradição. A segunda, a do Leviatã, assemelha-se ao modelo protestante de leitura interna e por analogia, mas também pode ser assimilada ao discurso filosófico dedutivo. A leitura humanista termina por interditar a interpretação das Escrituras como algo superior às possibilidades de conhecimento humano, sendo apenas possível confiar em uma autoridade cujo fundamento não seja humano, a saber, a igreja anglicana. A leitura filosófico-protestante é desenvolvida em circunstâncias históricas diferentes - em que a igreja não pode mais ser o fundamento da autoridade das Escrituras - e tem conseqüências diversas, resultando em uma leitura radical, contra a igreja visível. Contudo, as duas   interpretações - a humanista, historicizante, e a leitura filosófica, lógica complementam-se e apontam para um outro sentido de compreensão da história

 


 

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Filosofia

Ciência, razão e paixão: a natureza humana na filosofia de Hobbes

Autor
Bruno Costa Simões
Ano
2005
Resumo / Abstract

O objetivo desta pesquisa acerca da filosofia de Thomas Hobbes é retomar a sua descrição das faculdades da natureza humana apresentada nas seguintes obras: The Elements of Law Natural and Politic (1640), Troisièmes Objetions et Réponses - integrada por René Descartes às Méditations (1641) - Leviatã (1651), De Corpore (1655) e De Homine (1658). Por meio desse direcionamento bibliográfico, que serve de eixo da nossa exposição, a pesquisa pretende abordar os pressupostos científicos formulados pelo autor, segundo o método resolutivo-compositivo, o qual permite circunscrever as faculdades cognitivas (ou racionais) e motoras (ou passionais), demonstrando assim a noção de natureza humana. Por fim, a partir da reconstituição desses elementos, apresentaremos alguns desdobramentos morais, acarretados pela hipótese teórica de Hobbes que assume o movimento como princípio explicativo do funcionamento das faculdades do homem, inserindo-os desse modo num sistema mecânico que segue a ordem da relação física de choques entre os corpos, realizada no mundo natural

 


 

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