migração

Migração e reprodução social: tempos e espaços do cortador de cana e de sua família

Autor
Lucia Cavalieri
Ano
2010
Resumo / Abstract

Esta pesquisa tem por objetivo entender como ocorre o processo contraditório da reprodução social das comunidades rurais à luz de uma análise das práticas cotidianas e das estratégias de reprodução social da família do migrante, cortador de cana do Vale do Jequitinhonha. Os homens migrantes vivem ora mais próximos da condição camponesa, ora sorvidos como proletários na cana. Não se realizam plenamente em nenhuma das duas condições. No território da cana estão proletários; no território camponês não têm mais terras para o trabalho e a família não conta com os homens em suas práticas cotidianas. Esses camponeses-migrantes encontram-se na margem. A pesquisa de campo se realizou em duas comunidades rurais: Alfredo Graça e Engenheiro Schnoor localizadas no município de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha. Estas comunidades têm algumas características comuns: a migração dos homens para o corte de cana em São Paulo e uma série de custos imputados à família, em especial às suas mulheres. Nosso interesse consiste em entender como esse sujeito, na condição de camponês-migrante, perdura no tempo e quais são as fissuras que essa condição provoca em sua família e em seu território.

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Área do Conhecimento
Geografia Humana

Caminhos cruzados: a migração para São Paulo e os dilemas da construção do Brasil moderno nos anos 1930/50

Autor
Odair da Cruz Paiva
Ano
2000
Resumo / Abstract

O presente estudo analisa a migração de nordestinos e mineiros para o Estado de São Paulo no período de 1930-50. Encaminhados para o trabalho nas lavouras de café e algodão do interior paulista, estes trabalhadores promoveram um intenso deslocamento populacional intra-regional além de um processo de inserção em muitas cidades do interior paulista e também na capital. A chegada destes trabalhadores - aproximadamente 1.300.000 no período - se deu num momento em que a economia paulista passava por transformações significativas, particularmente pelo reforço das atividades industriais e o declínio da cafeicultura. A migração, promovida pela Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio, nos propiciou incursões sobre vários elementos da realidade brasileira naquele período, dentre elas: a problemática da agricultura paulista e brasileira no período; a nova dinâmica da industrialização em São Paulo e suas necessidades de mão-de-obra; a montagem de uma geopolítica do desenvolvimento nacional que passa a atribuir funções específicas para as diferentes regiões e as motivações que levaram milhares de pessoas a migrarem para o sul. Os múltiplos interesses dos agentes sociais inseridos neste processo (cafeicultores ou algodoeiros, industriais paulistas, migrantes e funcionários da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, dentre outros) estiveram presentes ao mesmo tempo, de forma nem sempre coesa e nem sempre homogênea. Expressando-se através do Estado, imprensa, associações de classe e sindicatos ou agindo na reordenação do espaço urbano da Cidade de São Paulo e na produção de novas dimensões culturais para ela, revelaram os dilemas da construção do Brasil moderno

 


 

Área do Conhecimento
História