Deliberações da ADUSP frente ao desmonte da Universidade

DELIBERAÇÕES DA ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA DE 09/03/2017

 

  • Aprovação da declaração "Basta! Fora Zago!" (texto abaixo);

  • Campanha "Fora Zago";

  • Campanha de luto pela violência cometida contra a comunidade da USP;

  • Paralisação em 15/03, a partir das 12h - dia nacional de luta pela educação pública e contra as reformas da previdência e trabalhista;

  • Paralisação no dia da reunião do Co para a votação dos destaques aos "Parâmetros de sustentabilidade ecônomico-financeira";

  • Ato de desagravo no dia 20/03, às 17h, com a presença de parlamentares, intelectuais, movimentos sociais, centrais sindicais;

  • Debate sobre o financiamento da universidade;

  • Estado de Assembleia Permanente.

 


Basta! Fora Zago!

Os atos autoritários do reitor extrapolaram todos os limites. Nada resta das promessas de diálogo e democratização de Zago e Agopyan, alardeadas na campanha em 2013, num inconteste estelionato eleitoral. Restam agora apenas o desrespeito à comunidade e às normas democráticas inscritas na Constituição Federal e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que devem pautar a gestão educacional.

O reitor vem implantando medidas que corroem e descaracterizam a USP enquanto universidade pública, gratuita e socialmente referenciada -- um patrimônio público construído pelo esforço de gerações de docentes, funcionários e estudantes.

Em conluio com o governo Alckmin, sua gestão agride frontalmente espaços de ensino, pesquisa e extensão, como o HU, o HRAC, a Escola de Aplicação e as creches.

Ao promover planos de incentivo à demissão voluntária, que já resultaram na perda de milhares de funcionários, Zago fragilizou ou impediu o pleno funcionamento de setores essenciais da USP. Faltam políticas efetivas de acesso e permanência estudantil.

Os órgãos colegiados têm sido sistematicamente desconsiderados e as normas mais elementares do serviço público, acintosamente ignoradas. Iniciativas político-administrativas são tomadas clandestinamente, à revelia da comunidade universitária. Informações de grande relevo são sonegadas, o debate é cerceado.

A contratação às escondidas da McKinsey&Company, empresa de consultoria mundialmente conhecida por seu envolvimento em diversos escândalos, introduz mais um capítulo numa história marcada pela conduta autocrática e avessa à transparência.

Para garantir a aprovação de seu novo pacote de medidas, os "Parâmetros de sustentabilidade econômico-financeira da USP", em 7 de março de 2017, Zago não hesitou em recorrer à força de choque da Polícia Militar para reprimir com brutalidade uma manifestação pacífica em frente à Reitoria. Professores, funcionários, estudantes e até mesmo crianças foram covardemente atacados com bombas de gás lacrimogênio, balas de borracha e cassetetes.

Por tudo isso, reunidos em Assembleia Geral no dia 9 de março, os docentes da USP consideram o reitor, que é escolhido para ser representante da comunidade acadêmica, indigno do cargo que exerce e declaram Zago e seus coniventes, omissos ou submissos vice-reitor e pró-reitores, inimigos da universidade pública.

FORA ZAGO!