Manifesto sobre os eventos transcorridos na reunião do C.O. de 09/11/2016

MANIFESTO DO DIVERSITAS

 

Os professores e pesquisadores do Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos – da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas manifestam sua indignação em relação aos eventos transcorridos na reunião do Conselho Universitário de 09/11/2016. A Senhora Diretora Maria Arminda do Nascimento Arruda expôs a situação orçamentária desta Faculdade e sofreu uma tentativa de desqualificação pelo Professor José Roberto Castilho Piqueira, Diretor da Escola Politécnica. A reação daquele Diretor foi descabida uma vez que o debate sobre o orçamento da Universidade não requer autorização de nenhuma instância.

As comparações, sejam quais forem, devem ser acolhidas como reflexões sobre a realidade da Universidade. Discutir o orçamento é dever de todos os membros do Conselho Universitário e das Unidades, pois, dos processos comparativos pode-se perceber onde estão as desigualdades mais profundas e, em momentos de crise, não penalizar aqueles que já são pouco favorecidos na distribuição dos recursos.

A reação do professor mostrou que ele e talvez a Escola Politécnica se sentem no direito de auferir vantagens orçamentárias, sem qualquer questionamento. A análise “primária” da Professora Arminda foi suficiente para desestabilizar o “científico” Diretor. Quem dúvida que as Ciências Humanas têm sido preteridas nas distribuições de recursos na USP e fora dela?

A forma dos argumentos apresentados demonstra que, mesmo Diretores de Unidades, têm uma compreensão estreita do papel das Ciências Humanas no desenvolvimento social, cultural e econômico do país. Querem fazer engenharia, mas desconhecem que a engenharia é um construto sociocultural.

“Chororô” (sic) é a incapacidade de argumentar de modo consistente para defender privilégios que não têm justificação.