Pós-Doc

Título da Pesquisa:

Pedagogia Griô sob uma Perspectiva Polifônica – diálogos entre corpos e redes

Pós-doutoranda:

Marta Simões Peres – link lattes: http://lattes.cnpq.br/5570019500701293

Supervisão:

Prof. Dr. Sérgio Bairon

Resumo: O objetivo deste projeto é realizar diálogos entre a Pedagogia Griô e os processos de criação em artes cênicas, propondo ações nesta Universidade. O conceito bakhtiniano de polifonia é relacionado aos saberes tradicionais, tecnologias digitais e novas mídias. As ações voltam-se para os campos de ensino/pesquisa/extensão universitária, sob a perspectiva da Pedagogia Griô e dos Estudos da Deficiência.

A iniciativa originou-se no lançamento do Laboratório de Políticas Culturais/Universidade Griô na UFRJ, seguido do curso/percurso "Cultura dos Povos Tradicionais de Terreiros" com o ogan Aderbal de Ashogun Moreira (2012). O presente projeto visa expandir este percurso, tecer novas parcerias e contribuir com a proposta em andamento de uma pós-graduação em Pedagogia Griô na USP.  Inúmeras culturas tradicionais lidam com a saúde sob um outro ponto de vista, diverso do modelo hospitalocêntrico da medicina ocidental. Naquelas, a prevenção é altamente valorizada e a saúde inscreve-se de modo mais direto no corpo (Peres, 2012). A dança pode favorecer outra perspectiva de saúde, o que vai ao encontro da Pedagogia Griô. Aderbal ressaltou a importância das pessoas com deficiência na cultura dos Povos de Terreiro, enfatizando a ideia de acolhimento de todos os membros de um grupo (pessoas com deficiência visual participaram do percurso). A atitude combativa e criativa da Ação Griô Nacional e o protagonismo dos griôs na produção de conhecimento remete ao lema que sintetiza o programa de ação do movimento das pessoas com deficiência: “Nada sobre nós sem nós”. Ao lutar pela expressão de vozes historicamente excluídas dos discursos da cultura brasileira, a atuação da pedagogia griô é marcadamente polifônica, em contraste com a atitude monológica dos saberes “oficiais” de cunho europeu.

 


 

Título da Pesquisa:

Inclusão Social e Acessibilidade Digital: inclusão social de pessoas com deficiência (s) e/ou mobilidade reduzida a partir de Tecnologia de Informação e Comunicação (TICs)

Pós-doutoranda:

Rosana Maria César del Picchia de Araújo Nogueira – link Lattes: http://lattes.cnpq.br/5224195430952562

Supervisão: Prof. Dr. Gilson Schwartz

Resumo: O objetivo desse estudo é refletir e analisar sobre a temática “Inclusão Social e Acessibilidade Digital”, incidindo principalmente sobre o uso de tecnologias de informação e comunicação (TICs) no desenvolvimento e na aprendizagem de pessoas com deficiência (s) e/ou mobilidade reduzida em ambientes escolares públicos e privados. Esse é um estudo de natureza eminentemente qualitativa, que articula acessibilidade, inclusão social, digital e desenho universal por meio de tecnologias assistivas. O estudo ocorreu em duas escolas públicas na cidade de Carapicuíba, São Paulo.  Ambas escolas incluem jovens com deficiência (s). Ocorreram nas escolas duas sessões integradoras, sendo uma de apresentação do ambiente e das ferramentas disponíveis, bem como introdução à dinâmica de trabalho coletivo - professores, alunos e administração e a segunda com a família dos sujeitos/atores envolvidos, voltada também à apresentação do grupo da proposta de trabalho e da necessidade de colaboração/integração da família ao processo. Para a coleta de dados foi utilizado um questionário composto por dez questões abertas. As questões foram elaboradas de forma que atingissem os objetivos da pesquisa, englobando as seguintes dimensões: conceito de inclusão social e escolar; opinião sobre inclusão social e acessibilidade; opinião sobre o sentimento dos alunos incluídos em classe comum; opinião sobre dificuldades envolvidas no processo de inclusão social/escolar; manifestação do próprio sentimento e orientações/apoios necessários ao professor para efetivação da inclusão social e escolar. Como resultado, constatou-se que os conceitos dos participantes sobre inclusão social e escolar são insatisfatórios e que não houve diferenças entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensão. Os professores e os alunos expressaram várias dificuldades envolvidas nesse processo, destacando–se a falta de infraestrutura das escolas, a falta de preparo do profissional da área de educação, a discriminação/preconceito social e a falta de aceitação da inclusão. Os participantes apontaram dificuldades no processo ensino-aprendizagem decorrentes da educação inclusiva. Acredita-se que incluir alunos deficientes na classe comum do ensino regular seja viável, desde que se tenha presente à complexidade de tal processo, desde que se tenha acesso à inclusão digital, ao material necessário, o qual requer muito investimento e comprometimento, principalmente dos órgãos governamentais. Igualmente se faz necessário muito estudo, pesquisa para ampliar o conhecimento, desenvolver e testar formas que viabilizem a verdadeira inclusão seja ela escolar, social ou digital.

 

Palavras-chaves: inclusão social, inclusão digital, aprendizagem e tecnologias.

 


 

Título da Pesquisa:

Território do Significado: Imigração Sul-Americana e as Negociações Culturais na Escola de São Paulo

Pós-doutorando:

Francione Oliveira Carvalho – link Lattes:  http://lattes.cnpq.br/6262224578426097

Supervisão: Profa. Dra. Zilda Márcia Grícoli Iokoi

Resumo: Desde a implementação do Mercosul vemos o fluxo de imigrantes sulamericanos aumentar tanto nas regiões de fronteira como nas grandes cidades brasileiras, caso da capital paulista. A globalização das sociedades contemporâneas também ressignifica o sentido da cidadania, pois as cidades tornam-se palimpsestos de referências e pertencimentos. Diferentes possibilidades de ser passam a conviver no mesmo território, abrindo fendas para a problematização sobre o próprio conceito de território, que deixa de ficar encerrado no espaço físico. Ao produzir significados a partir do espaço, os homens produzem cultura, identidade e estabelecem um campo de poder. Podemos nomear um “território do significado” (CARVALHO, 2011), que indo além da noção geográfica de delimitação e ocupação do espaço, dialoga com as estruturas de sentimentos, experiências, crenças e valores que produzem o reconhecimento e o pertencimento aos grupos. Assim, este projeto de pesquisa pretende investigar a presença das comunidades de bolivianos, peruanos e paraguaios nas escolas da região do Pari, do Brás e do Bom Retiro na cidade de São Paulo. Procurando perceber as negociações que realizam entre as suas culturas de origem e a local a partir da instituição escolar e as estratégias utilizadas tanto pelos grupos como pela escola para legitimar ou negar suas identidades. A pesquisa terá caráter qualitativo descritivo e abordagem teórica interdisciplinar e etnográfica, dialogando com categorias operatórias pensadas pela geografia, história cultural, filosofia, antropologia e educação, tais como fronteira e território, identidade, interculturalidade, cultura e currículo.

Palavras-chave: Negociações culturais. Imigrantes sul-americanos. São Paulo. Escola.

 


 

Título da Pesquisa:

Brincando Dentro e Fora da Tela: Arte, Hipermídia e a Construção da Pessoa na Produção Partilhada do Conhecimento

Pós-doutoranda:

Priscilla Barrak Ermel – Link Lattes: http://lattes.cnpq.br/5126872266224641

Supervisão: Prof. Dr. Sérgio Bairon

Resumo: Projeto interdisciplinar que objetiva a produção partilhada do conhecimento entre pesquisadores, artistas e conhecedores (griots) oriundos de comunidades caiçaras/caipiras do município de Paraty, RJ. Situa-se no âmbito da antropologia da comunicação e vincula-se à linha de pesquisa etnocentrismo: natureza e cultura, com enfoque na produção partilhada do conhecimento. Dando ênfase à questões da antropologia das formas narrativas, prioriza pesquisas de linguagens artísticas e em hipermídia com o objetivo de criar redes – presenciais e virtuais - científicas, artísticas, educacionais, comunitárias e culturais. Também é objetivo da pesquisa, investigar, nas diferentes formas de transmissão do conhecimento, o germe de futuros conflitos e intolerâncias criados nas relações familiares, comunitárias e com a sociedade abrangente. Em especial, observando questões de poder nas relações de gênero vinculadas às questões de diversidades étnicas e culturais, refletir e propor novas formas de sociabilidade com base em valores mais humanos.