Instituto Norberto Bobbio-Cultura, Democracia e Direitos Humanos

Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania/Governo do Estado de São Paulo

Comissão Municipal pelos Direitos Humanos de São Paulo

Centro de Estudos Migratórios/Missão Paz

Associação Cidade Escola Aprendiz

Memorial da América Latina

 

 

O cinema como memória da migração.

O cinema, produto cultural complexo de uma sociedade que é narrada através dos seus próprios intelectuais, recolhe a memória dos fenômenos relevantes que marcam a história desta sociedade.

O cinema conservou e transmitiu a memória da migração, testemunhando um fenômeno de grande relevância social, política, econômica em sua evolução através dos anos, desde o pós-guerra até os dias atuais.

Os trabalhos artísticos de autores como Pietro Germi, Franco Brusati, Luchino Visconti, Ettore Scola, Mathieu Kassovitz, Kean Loach entre outros narram com olhar crítico, irônico, dramático ou grotesco a história das sociedades contemporâneas que vivem o fenômeno da migração como um dos aspectos fundamentais da própria evolução.

O cinema é a memória revisitada, e nas mãos desses intelectuais-artistas, narra, conta, descreve o que é ser migrante, em lugares e em épocas diferentes, distantes no tempo e no espaço, deixando uma série de interpretações sugestivas e artísticas, e também altamente críticas do que foi por exemplo, a migração italiana no mundo.

O seminário traça a história desta memória por meio de algumas obras fundamentais da cinematografia, favorecendo o encontro de São Paulo cidade, por antonomásia, da migração com a memória desta migração. 

 

settimana della lingua italiana

17 de outubro 2012

Così ridevano de Gianni Amelio, o cinema e a migração interna.

Quando ser migrante é ser estrangeiro no seu próprio país.

LOCAL: Colégio Dante Alighieri, auditório Guglielmo Falzoni, Alameda Jaú, 1061

A partir das 18h30  

ENTRADA FRANCA

O filme (apresentado no Festival de Veneza de 1988) que narrou a dura realidade dos sulistas em Turim (a Turim pós-guerra de Norberto Bobbio) nos anos da migração interna (1950-1970). Homens sós numa terra difícil, sem família, sem amigos, sem esperanças.

A história de Giovanni, migrante siciliano e analfabeto em Turim, na grande cidade industrializada. A história de um homem discriminado e maltratado que acaba se vingando nos seus próprios conterrâneos. Uma história de injustiça que gera outras injustiças.

Prêmio Leão de ouro no Festival de Veneza em 1998.

 

 

Memorial da América Latina

18 de outubro 2012

La haine de Mathieu Kassovitz (1995), o olhar do cinema francês sobre a migração.

Na queda o que conta não é a queda, o que conta é o momento do impacto...

LOCAL

Memorial da América Latina

Biblioteca Latino-Americana

HORÁRIO

A partir das 19h00

ENTRADA FRANCA

Quarto encontro do seminário Cinema e Migração, parte do projeto Civilizações migrantes: Migrações e direitos humanos.

Coordenado e ministrado pelo professor Maurizio Russo (doutor em história cultural pela Universidade de Nancy).

O filme descreve uma situação explosiva. A França nas últimas décadas do século XX, parece estar sentada inconscientemente sobre uma bomba, ignorando os problemas dos filhos da migração. O filme reproduz está atmosfera. Isso aconteceu também na França em 2005, ou na Inglaterra em 2011. La haine, filme de Mathieu Kassovitz funciona como um testemunho e denúncia desta situação paradoxal. Sociedades modernas vítimas de sua própria cegueira. Pretendendo viver na ignorância dos problemas dos outros.

Após a Segunda Guerra Mundial, durante a reconstrução da Europa, imigrantes recém-chegados de países pobres colonizados foram muito bem-vindos, pois representavam a possibilidade de mão-de-obra barata e poderiam ocupar os subúrbios e os subempregos. Esses imigrantes tiveram filhos, netos. Passadas algumas décadas, os europeus não sabem mais o que fazer com eles. Surge do Estado o argumento de que a crise assola a população.

Esses jovens, filhos dos tempos de crise, cresceram longe de suas terras ancestrais e de suas respectivas linhagens culturais, em meio a uma avassaladora influência do consumismo norte-americano. Estudam em escolas ruins, moram em conjuntos habitacionais e são vítimas constantes de violência policial. A repressão vinda do poder público contra esses jovens é o principal estopim para que essa bomba estoure, quente, borbulhante.Um filme extremamente duro que representou a primeira grande performance de Vincent Cassel. Prêmio pela melhor direção em Cannes 1994.

 

 

Programação completa de Cinema e Migração

•  17 de outubro Così ridevano de Gianni Amelio, cinema e a migração interna (Colégio Dante Alighieri)

•  18 de outubro La haine de Mathieu Kassovitz, o cinema francês e a migração (Memorial América Latina)*

•  8 de Novembro Bread and Roses de Kean Loach, o cinema e os migrantes no USA (Memorial América Latina) *

•  22 de Novembro Bolivia de Adrián Caetano, o cinema latino e a migraçao **

•  6 de dezembro Come un uomo sulla terra de A. Segre e D. Yimer, o novo cinema italiano e a migraçao contemporanea (Memorial América Latina) *

 

* Memorial América Latina, Biblioteca Latino-americana

** Local a confirmar

http://cinemaemigracao.tumblr.com 

http://www.memorial.org.br/2012/09/mostra-de-cinema-e-debates-discutem-o-problema-da-migracao/