Autor
Rose Leine Bertaco Giacomini
Ano
2009
Resumo / Abstract

Resgatar a identidade de remanescentes de quilombos e sua ancestralidade foi a oportunidade encontrada pelas comunidades rurais negras, no Vale do Ribeira de Iguape, para superar os conflitos que emergiram na região, após a abertura política para o desenvolvimento territorial, a partir dos anos de 1950. Ao mesmo tempo, encontraram, no processo de valorização da memória, o resgate e a valorização das tradições que são o suporte para as mudanças necessárias no presente. Os conflitos surgiram no Vale do Ribeira em torno da posse e da propriedade da terra, por consequencia da introdução das políticas públicas e, como desígnio desse processo, destacaram-se as territorialidades das comunidades de quilombos, uma vez que esses grupos resistiram às pressões sofridas e conseguiram manter o modo de vida tradicional contíguo ao território que já era ocupando por seus ancestrais, há mais de cem anos. O direito constitucional conquistado por força da luta do movimento negro, em defesa da propriedade das terras quilombolas no Brasil, trouxe para as comunidades rurais negras uma garantia em defesa de seus direitos étnicos e culturais. Esta pesquisa teve o propósito de estudar as comunidades de quilombos, no Vale do Ribeira de Iguape, pelo fato de nessa região, estar concentrada grande parte desses grupos e, de uma forma mais ampla, foi onde se deu o inicio da luta do movimento quilombola no Estado de São Paulo, na busca de seus direitos. Motivados pela ameaça de construção da Hidrelétrica-Tijuco Alto, no Rio Ribeira, e pela criação das Unidades de Conservação sobre seus territórios, que provocaram mudanças nos seus modos de vida, essas comunidades cobraram do Estado o cumprimento do artigo constitucional em defesa de seus direitos.

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Área do Conhecimento
Geografia Humana