Autor
Kátia Cristina Kenez
Ano
2001
Resumo / Abstract

Nesse trabalho, aborda-se a maneira como os libertários brasileiros, por meio de sua postura internacionalista, criticaram o patriotismo e desprezaram o nacionalismo no contexto da Primeira Guerra Mundial, contrariando o caráter nacional de uma elite, colocando-os em termos inconciliáveis com a ideologia da classe dominante, num momento de busca de hegemonia e formação da idéia de nação. O anarquista foi representação do nocivo, sofrendo a repressão policial e jurídica, em prol da segurança nacional, durante e após os anos da Guerra. Assim, a repressão que, inibia principalmente uma ação operária de caráter revolucionário, traduziu-se por uma ação autodefensiva das forças repressoras. O anarquista tornou-se um inimigo social na lógica do poder constituído na Primeira República, quando se privilegiava a polícia civil pela manutenção da ordem social e moral, sem que fossem concretizadas políticas de justiça social, optando-se pela repressão a seus grupos e prisão e expulsão de seus militantes ou simpatizantes, inibindo a ação revolucionária. O movimento operário, neste contexto dos anos de 1917 e 1919, nos permite o entendimento de que a responsabilidade da exploração do trabalho, no período analisado, foi diluída com a concepção de que o operariado carecia de leis protecionistas. Discute-se como a ignorância sanitária nos remete a compreensão da diluição dos apelos deste operariado, que foram destituídos de um potencial reivindicatório. Aos trabalhadores é imputado   uma incapacidade crítica e consciente de articulação de suas próprias demandas, passando a serem cunhados pela grande imprensa como massa de manobra dos apelos anarquistas

 


 

Área do Conhecimento
História