Encontros e Memórias: a inserção dos nikkeis na USP e na sociedade brasileira

A imigração japonesa para o Brasil iniciou-se em 1909, no dia 28 de abril, quando um grupo de imigrantes japoneses deixou o porto de Kobe, no Japão, a bordo do navio Kasato-Maru em direção ao Brasil, atracando no porto de Santos, no dia 18 de junho de 1908. Dele desembarcaram os primeiros 781 imigrantes japoneses, que iniciaram suas trajetórias históricas em um novo país, procurando integrar-se a uma sociedade completamente estranha, ao mesmo tempo em que, buscava superar o estranhamento e o distanciamento cultural existente em tradições tão diversas.

Com o passar dos anos, os imigrantes japoneses, em sua maioria, adaptaram-se ao Brasil adotando-o como nova Pátria. A partir dai começaram a traçar novas perspectivas e novos projetos de vida. Progressivamente, contingentes cada vez maiores deixaram as atividades rurais rumo à cidade, à procura de novos horizontes. Do campo à vida urbana, as diferenças eram profundas, e os grandes desafios foram sendo vencidos aos poucos. Vitórias e derrotas alternaram-se, com freqüência, nessa audaciosa incursão.

Na história desses imigrantes, analogamente a de outros, celebraram-se muitas conquistas em vários setores, fruto de diferentes modos de investimentos. Entre os dois pólos, os que migraram com mais recursos e os que se deslocaram como força de trabalho, uma vasta maioria trilhou os mais diversos rumos, misturando-se aos mais diferentes segmentos sociais, procurando investir maciçamente na educação e cultura e, por esse caminho, alcançar projeções no seio da sociedade anfitriã.

Passados mais de cem anos desde o desembarque dos primeiros imigrantes japoneses no Brasil, é preciso ressaltar o esforço contínuo de integração de seus descendentes à sociedade brasileira, ao mesmo tempo em que buscavam preservar os valores e tradições culturais de seus antepassados. Apesar desse processo de integração não ter ocorrido sem conflitos, nele verificam-se fatos que evidenciam a possibilidade do encontro e da convergência de sociedades tão diferentes.

É possível falar da trajetória dos imigrantes japoneses no Brasil que acabou se confundindo, muitas vezes, com a história do país no desenvolvimento da agricultura, na descoberta de novas tecnologias industriais, no campo científico, na literatura, nas artes plásticas e em tantas outras áreas na qual o encontro parece ter superado a barreira das diferenças culturais.

Em comemoração ao Centenário da imigração japonesa no Brasil, o LEI, em parceria com um grupo de docentes da Escola de Enfermagem - USP, prepararam o projeto Encontros e Memórias: a inserção dos nikkeis na USP e na sociedade brasileira, que resultou na publicação de um livro, na produção do documentário Juntar é bom, mas o melhor é misturar e na montagem de uma exposição fotográfica.

O projeto teve como finalidade compreender o processo histórico-cultural da inserção dos nikkeis na sociedade brasileira, recuperando, a partir da memória da dos docentes nikkeis da Universidade de São Paulo, parte da história da imigração japonesa no estado de São Paulo. Ao rememorar essas histórias de vida, que merecem ser registradas pela sua singularidade e riqueza, procurou-se ressaltar o entrelaçamento entre as duas culturas, buscando desvelar a face qualitativa da contribuição dos pesquisadores uspianos nikkeis para a sociedade brasileira e japonesa

Foram realizadas uma série de entrevistas, gravadas em audiovisual, com docentes nikkeis ativos e aposentados, que abordaram a trajetória de suas famílias, suas contribuições e o seu papel na Universidade de São Paulo. Entre os entrevistados estão o Prof. Sedi Hirano, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas.  Prof. Kokei Uehara, da Escola Politécnica, o Prof. Kazuo Watanabe, da Faculdade de Direito e o Prof. Iassuhiko Okay. da Faculdade de Medicina.

 

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